Hora de viajar: Ir de excursão ou viajar sozinho?

Talvez, uma das maiores dúvidas daqueles que se preparam para uma viagem, após decidir o destino, conseguir juntar uma grana, é a hora de optar por viajar em grupo/excursão ou sozinho.

Já falei um pouco a respeito de alguns temas gerais, como a escolha de hotéis, que pode ser lida aqui, ou a respeito da economia com a alimentação, que pode ser lida aqui. E hoje eu entro um pouco nesse tema, para ajudar na sua escolha.

Bom, primeiramente, e sem nenhuma intenção de filosofar demais, mas viajar em excursão não quer dizer, necessariamente, que você está viajando em grupo. Viajar em excursão quer dizer que existe um grupo que procurou a mesma agência e que partilhará do mesmo voo, do mesmo traslado, talvez estejam no mesmo hotel, de alguns passeios, mas isso não implica em você “estar junto” com essas pessoas. Bom… quer dizer… estaremos juntos, mas minhas escolhas de viagem não implicam em você fazer a mesma coisa… ou você ir “na” do grupo só porque a maioria decidiu assim.

Mas vamos voltar ao início. Atualmente existem muitas ferramentas que auxiliam na preparação da sua viagem. Sites, revistas, livros, guias, que ajudam na escolha do seu destino, na escolha do hotel, na escolha da empresa aérea, da locadora de carros. Desde que você saiba o que quer, e como quer, tudo hoje tem um caminho mais facilitado.

No entanto, essa facilidade tem um custo… ou não… deixando o valor um pouco de lado, optar por fazer toda essa trama de escolhas por conta própria implica em você realizar um planejamento mais apurado, e executar todas as etapas que seriam de uma agência de viagens por conta própria, ao invés de deixar que uma agência faça isso por você.

Isso quer dizer que você precisará achar o seu hotel, realizar a reserva, o pagamento, confirmar a reserva… e daí combinar com um voo, que deve ser no mesmo prazo, considerando fuso horário ou não, realizar a reserva, pagar, confirmar a reserva… e daí fazer isso pra cada etapa daquilo que planejou… e se algo mudar no meio do caminho, como não conseguir sair de férias no dia prometido (confiem em mim, isso pode acontecer a qualquer ser humano trabalhador), e precisar readequar qualquer um desses passos, ter que entrar em contato com a empresa por conta própria, e negociar a alteração desejada.

Se você não liga para a burocracia do processo todo… quer ter um maior controle de todas as escolhas… e até economizar um pouco (calma… já já falo sobre isso)… essa é a sua opção.

Mas e lá no seu destino, o que isso quer dizer? Quer dizer que você está livre, leve e solto para o que quiser… os passeios são por sua conta… horários são por sua conta… mudanças no itinerário são por sua conta… você está lá para decidir o que fazer a cada dia, quando quiser, como quiser, e com as pessoas que quiser.

Particularmente, acredito que viajar “por conta própria” implica em um planejamento mais preciso. Conhecer mais do seu destino antes de ir. Saber o que visitar, horários, valores de ingressos, como chegar lá, como ter acesso aos transportes, como distribuir meu horário… enfim, tudo fica por conta da sua planilha de planejamento.

Obviamente, viajar sozinho não significa não encontrar sempre as mesmas pessoas pelo caminho. Já fiz viagens por conta própria que, por uma coincidência desta vida amalucada, sempre encontrava o mesmo grupo de brasileiros (sim, algumas vezes, eles me perseguem). Depois do quarto dia acabei mudando meu planejamento, mas no dia da volta, adivinhem? Lá estavam eles, de novo, e no mesmo voo de volta.

Viajar sozinho é legal se você tem um cuidado maior com o planejamento, com a execução de cada etapa da sua viagem, e prefere ter controle de tudo.

Imagina, por exemplo, se você planejou um passeio e, chegando ao local, viu que por alguma razão estava fechado (acreditem, isso também acontece em uma excursão… volto a falar disso no próximo parágrafo). Se você está na excursão, pode ser que seu dia acabe ali. Mas se você está por conta, vamos pra outro lugar, e o passeio de hoje rola amanhã… ou depois…

Também não existe essa de seguir o cronograma estipulado pela agência. Você pode conversar com o guia responsável pelo receptivo, informar que prefere viajar fora do grupo, e partir para seu caminho fora da excursão programada. Você usufrui dos serviços de transporte e hospedagem, e o resto fica por sua conta lá no destino.

Tive uma experiência em uma das minhas passagens pelo Chile. Recorri a uma excursão, que não me avisou que a época escolhida era um gigante feriado local (e o meu planejamento nem foi tão bom pra identificar que não seria uma boa data), o que quase matou minha viagem. Tudo fechado durante vários dias… inclusive comércio… nessa hora vale o poder de adaptação, e a sorte… no final tive uma excelente experiência, mas não por conta da agência, mas do meu poder de me adaptar ao que encontrei por lá.

Importante destacar!!! Qualquer que seja a sua escolha, planejar é a alma do negócio. A menos que você vá pra algum destino com o sistema tudo incluso (all inclusive) e sua intenção é ficar no hotel e desfrutar do spa, da praia, da piscina, sem ligar para agenda, horário do café da manhã… e mesmo assim, algum planejamento é necessário… mas se você quer conhecer um lugar diferente, um destino dos sonhos, precisará procurar mais informações… se a localização do hotel é bacana… se o acesso aos pontos de visita são fáceis… se tem transporte público próximo… o que quer ver… o que pode deixar de ver… o que comer… enfim, difícil não ter uma preparação mínima.

E a excursão, é legal até que ponto? Como já escrevi, mesmo optando pelos serviços integrais de uma agência, algum planejamento é necessário. Mas quando você decide por uma excursão, implica em aceitar tudo o que pode estar incluído no pacote escolhido. Quer seja aquele city tour que não te interessa, ou aquele inesquecível rolezinho por uma fazenda de salmão, mesmo que você seja alérgico a qualquer alimento que tenha origem na água…

Tá… mas e aí… e aí, que hoje em dia, apesar de as agências trabalharem com pacotes básicos já pré montados, isso não quer dizer que seja aquilo e ponto. Com um pouco de conversa, e alguns reais a mais (eu sei, eu prometi… mas volto ao assunto valores daqui a pouco), você pode acrescentar dias, mudar hotel, colocar determinado passeios a mais, tirar aquele passeio que não te apetece. Um pacote de viagem não implica no total engessamento de sua viagem, mas implica em alguma rotina.

Como assim? Bom, querer viajar e escolher um destino é básico, decidir por uma agência, quer seja por experiências anteriores ou por indicações, é começar a dar uma “cara” à sua viagem. Tirando a comodidade do processo como um todo, uma vez que a agência cuidará das suas reservas, de preparar a sua agenda durante sua visita, e de não ter que se preocupar com cada detalhezinho do que implica o grosso de viajar (reservas, hotéis, transporte, traslado, passeios, etc, etc, etc). Isso não significa que seja a palavra final para a sua viagem.

Ainda não está claro, é claro… mas vamos lá. Você pode querer viajar para Buenos Aires, e uma determinada agência te prepara um pacote de 4 dias, com determinado hotel, com determinados passeios, transportes, e horários. Daí você decide que 4 dias é pouco… que o hotel indicado não é bom… que o passeio por uma fábrica de canecas não te interessa… e que os horários de voo não são adequados. Isso tudo pode ser alterado ao seu gosto, por um valor diferente do pacote inicial proposto, mas também será um pacote. Mais com a sua cara, mais com o seu jeito, com algumas das suas escolhas.

E mesmo que você decida por uma excursão, se algum passeio não interessar, pode seguir outro caminho… mas daí é por sua conta.

Ah… mas a excursão me garante um guia falando o meu idioma. Ok, em alguns lugares é legal ter um guia. E até mesmo o (algumas vezes) insuportável city tour é legal com um camarada que te apresente a cidade, o país, alguns destinos legais pra conhecer, alguns passeios imperdíveis. Mesmo com todo planejamento, ter essa primeira impressão com um “local” é uma ótima maneira de começar sua viagem.

Mas lembre-se, o guia te acompanha durante os passeios, mas não estará disponível 24 horas às suas necessidades. E se a sua intenção é se “pendurar” no guia para curtir sua viagem, recomendo que reveja seus conceitos. Sim, porque não existe nada mais bacana do que se perder em um lugar desconhecido, mesmo que você não fale o idioma local. E em algum momento da sua viagem de excursão te deixará sozinho, dependendo das suas próprias escolhas para preencher o seu dia.

E chegamos ao grande diferenciador… o preço!!! Viajar por conta ou por agência é uma experiência igualmente deliciosa. Explorar por conta própria, ou em grupo, é um evento transformador e viajar, como já contei aqui, não é só uma opção, é uma necessidade, mas tudo isso implica em um custo, e hoje em dia, o custo manda nas nossas vidas.

Viajar por conta, de acordo com alguns especialistas, e comerciais de TV daqueles sites “organizadores” de viagens pode ser a melhor pedida, mas nem sempre é. O seu hotel pode te passar um preço legal, mas se fosse fechado por uma agência, por seu relacionamento com o hotel, por estar fechando com mais pessoas, pode ser que o preço fique mais interessante.

O valor daquele táxi do aeroporto ao hotel pode ficar meio salgado se pelo mesmo valor a agência garantir o mesmo traslado mais um city tour.

E o mesmo serve para o voo. Você pode encontrar uma baita promoção. Usar milhas do seu cartão de crédito. E a agência não chegar nem na metade do valor que você conseguiu fechar no final.

Não ajudei? Claro que não. Isso vai da sua pesquisa. Da sua sorte. De você ficar de olhos nas promoções das empresas aéreas, ou nas promoções das agências de viagens (algumas oferecem pacotes com dólar mais baixo, ou dois aéreos pelo preço de um). O custo, em nenhum momento será o fator fundamental da sua decisão final. Acredite, por melhor que seja o preço, nem sempre será o melhor negócio.

E o que, afinal de contas, deve ser considerado? Planejamento é a alma do negócio. Se você não se ajeitar e se informar, sua viagem pode ser uma grande furada. Estar atento às promoções. Não acreditar em qualquer chamada de TV. Observar opiniões em sites especializados, avaliar a melhor época para viajar. Tudo isso conta.

No final, eu prefiro ir por uma agência, mas em um pacote com a minha configuração. Quer dizer, a agência tomará conta de todas as etapas das minhas reservas, da minha preparação, mas eu é que escolho os passeios, os horários, os dias para determinados passeios. Eu limito ter que conversar apenas com um fornecedor, mas esse fornecedor é alguém da minha confiança, que trabalhará para incluir os meus pedidos e ajustar o pacote às minhas necessidades.

Em tempo… alguns destinos nos Estados Unidos são lugares para ir por conta, como Orlando, por exemplo, mas isso não quer dizer que eu não possa fechar o voo, o hotel, o aluguel do carro, e tudo mais, com uma agência, e me virar por lá sozinho. No final tenho a garantia que todos os serviços importantes já estão fechados ou reservados. O resto fica por minha conta e de acordo com a minha agenda.

Mas e você, prefere viajar planejando tudo sozinho ou com a ajuda de uma agência? Excursão ou mochilão? Compartilha com a gente a sua preferência.

Grande abraço a todos!!!

Texto by Ricardo Seripierro

Imagens by Google

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