Como evitar micos na alimentação durante sua viagem

Conversei com algumas pessoas nestes últimos dias, que me deram a ideia para o tema deste post. Não que seja um problema secundário, na verdade trata-se de algo sério, que pode comprometer a viagem ou o passeio de qualquer pessoa. Estou falando da preocupação com a alimentação durante a viagem.

Acredito que tenha lido em algum dos livros de Ricardo Freire que você procura viajar para destinos onde se identifique com a comida local. Isso quer dizer que você mais frequentemente viajará para lugares em que a comida seja conhecida e lhe seja agradável. Regra geral? Não acredito… se você não ligar para isso, pode curtir uma boa porção de escorpiões na Índia, ou alguma carne exótica (ou nem tanto) na China. Ou poderá se deliciar, até mesmo, com a comida hiper condimentada de algumas localidades mais ao Norte ou Nordeste do nosso próprio país.

Mas o que tem de interessante no meu texto? O que pode ser tão especial para que eu reconsidere um determinado destino por causa da sua comida?

Na verdade, percebo que muitas pessoas encaram a comida de alguns lugares como um grande problema, e acabam colocando toda a diversão das férias ou de um passeio em xeque por causa de suas restrições pessoais.

Antes de mais nada, aqui vale um gigantesco asterisco… escrevo pois sou um dos seres humanos mais chatos no quesito comer fora de casa (e até mesmo em casa)… portanto, me considero um especialista no assunto… rsrsrs…

No geral, encontrei pessoas que reclamavam nas filas dos parques em Orlando que a comida dos EUA era muito ruim e que sentiam falta da verdadeira comida brasileira. Algumas outras pessoas conhecidas que foram para a Argentina ou o Chile reclamavam da falta de arroz, e da impossibilidade de viver sem o arroz……. já vi atleta famoso reclamando de não encontrar o que comer na Espanha, ou até mesmo em Portugal ou na Inglaterra. Exemplos não faltam… mas será que é assim tão difícil encontrar o que comer fora do Brasil?

Óbvio que não estou sugerindo que você abandone sua dieta ou restrições alimentares para poder encarar as selvas do Vietnã, mas com um pouco de pesquisa, e boa vontade, 5 dias de viagem, ou até alguns dias mais, com algumas pequenas mudanças, não exterminarão com os seus dias de férias naquele lugar tão desejado.

Um jeito bem legal para encontrar boa comida, e até mesmo economizar bastante com as refeições, é encarar os (super)mercados locais. Você consegue encontrar bastante coisa que costuma ser vendida no Brasil. Nos EUA, por exemplo, existe a rede Whole Foods, uma rede de supermercados que pode ser encontrada em vários cantos, que vende comida natural, sem agrotóxicos, sem conservantes, sem corantes, sem extras desagradáveis. Os preços são bem legais e você consegue encontrar até pastas para os dentes sem adição de açúcares, sabonete sem químicos, e até esponjas recicladas. Confesso que nunca imaginei um supermercado que não vendesse Coca-Cola… pois é, eles existem!!!

Ainda nos EUA, você estar nos parques Disney, não quer dizer que você será obrigado a comer somente gorduras e frituras, ou aquela asa de peru, tão exibida nas inúmeras fotografias daqueles amigos que também foram para os parques… dentro dos parques existem muitas barracas que vendem frutas ou pratos com verduras e carnes sem frituras. E, de verdade, nem é tão difícil de encontrar…

Passar uns dias nos países da América do Sul, sem arroz, não chega a ser um pecado tão pesado… também é possível encontrar alguns pacotes nos mercados locais, ou para quem não quer cozinhar nesse período (sim, é totalmente compreensível que você se negue, veementemente, a cozinhar durante as férias) procurar alguns restaurantes mais abrasileirados, pelas redondezas…

Aqui vale uma outra importante informação. Até nos lugares mais remotos você consegue encontrar um restaurante pequenininho que seja, made in Brazil… se você não pode ficar sem arroz e feijão, então procure antes de colocar o pé na estrada alguns endereços onde a comunidade brazuca se encontra e se farta.

Optar pelos mercados locais implica em você ter, pelo menos, um forno micro-ondas dentro do seu quarto de hotel. Nesse caso sugiro que procure um dos bons apart hotéis espalhados por esse mundão. São quartos equipados com uma cozinha completa. Excelente pedida para quem viaja com a família ou grupos grandes.

Fato é que não consigo entender quem reclama que viaja e passa à base da bolachinha cream cracker enquanto está fora de casa. Na pior das hipóteses você terá cinco ou dez dias de Méquidonaldes… você sabe bem o que vende lá… em todos os cantos do mundo eles são praticamente iguais (não totalmente… alguns lugares são mais temperados, em outros menos, em outros você encontra abacate em todos os sanduíches, em outros não se usa molho), mas no geral, são bem parecidos…

Também não é impossível pedir nos próprios restaurantes um filézinho de frango e um purezinho de batata… é o básico… e em alguns lugares você será servido com todo prazer (eu nunca tive problemas com esse tipo de pedido).

Fato é que toda viagem merece uma pesquisa antecipada… ainda mais para pessoas com restrições alimentares… e que na verdade, viajar também permite que você se envolva na cultura local, o que inclui os costumes alimentares locais. Alguns podem surpreender positivamente… outros servirão de lembranças a serem evitadas nos próximos passeios… mas ainda assim, serão motivos de boas risadas…


Ah, antes de encerrar… vale aquela máxima… não parece apetitoso? eu não comeria isso aqui nem que me pagassem? A comida tá gordurosa, nojenta, cheirando estranho? Devolva sem dó… uma das melhores coisas que aprendi nas minhas viagens foi a não aceitar comida com cara ruim… e eu trouxe isso inclusive para o meu dia a dia. O garçom pode até olhar estranho, mas não vai querer bater boca com você, confie em mim…

Texto e fotos by Ricardo Seripierro.

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