Roteiro para curtir o melhor de Nápoles

Hoje vou falar sobre mais uma cidade de um dos meus países favoritos aqui na Europa. Nápoles, na Itália.

Estive lá por dois dias e foi suficiente para visitar tudo que tinha vontade…pelo menos em Nápoles. Mas se quiser fazer mais passeios pela região, é preciso ficar, pelo menos, mais dois dias.

No primeiro dia, visitei Pompéia, cidade a 22 km de Nápoles, que foi destruída e petrificada em 79 d.C.., por uma erupção do vulcão Vesúvio…que está ativo até hoje. (Você pode ler como foi meu dia em Pompéia aqui ).

No segundo dia, eu passeei por Nápoles, cidade encantadora. Uns dizem que é desorganizada, bagunçada…e até que parece uma favela. Mas eu achei uma graça. Bem italiana e napolitana. Com casas e ruas e a beleza que só a cidade tem.


Em Nápoles, além de me “perder” nas tradicionais ruas da cidade, com suas estreitas vielas e suas janelas com roupas penduradas para o lado de fora – o que é uma delícia e faz parte do clima do lugar-, eu conheci pontos turísticos como…

Piazza del Gesù e suas igrejas, a Chiesa di Gesù Nuovo e a Basílica de Santa Chiara. Na primeira, que é barroca, fica a Capela de São Francisco e é conhecida por ter obras feitas por osso humano. Já a segunda, que foi destruída por uma bomba em 1943, foi reformada depois desse ataque e hoje tem influencias góticas. É legal falar que nessa praça também fica o Monastero di Santa Chiara, onde tem exposições de presépios.

Toda cidade italiana tem a Duomo. A Duomo de Napolés foi construída no século 13 e lá dentro está a Basílica di San Gennaro. Na Capela está a cabeça de San Genaro e seu sangue coagulado que, segundo os católicos, se torna liquido três vezes no ano. São Gennaro é o santo padroeiro de Nápoles e os napolitanos acreditam que ele salvou a cidade de doenças e erupções vulcânicas.


Outro ponto conhecido na cidade é o Palazzo Reale. Lá foi a residência dos reis de Savoy e da família Bourbon. Para visitar sua parte interna é preciso comprar o ingresso (cerca de 4 euros). Por lá fica ainda o Teatrino de Corte, que era o tetro particular do rei.

O museu mais importante de Nápoles é o Archeologico Naziolane. Entre as coleções famosas do local estão os artefatos greco-romano da família Farnese, e as raridades artísticas de Pompeia e Herculano…ahh, e aqui vale destacar a maquete de como era Pompéia antes de ser destruída pelo vulcão.

É legal falar também que no museu tem uma coleção egípcia e etrusca que contém uma seção com objetos ligados a sexualidade. É preciso pagar para entrar nesse museu, mas para quem gosta, acredito que vale a pena.

Outro museu conhecido na cidade é a Galleria di Capodimonte, que tem obras de Michelangelo, Bellini e Caravaggio. A galeria fica em um palácio, dentro de um parque. Se você não gosta de museus, vale a pena, pelo menos, ir até lá, passear pelo parque e admirar a paisagem do local, que tem vista para o vulcão Vesúvio.


Mais uma visão muito bonita da/para a cidade fica no bairro de Vomero…uma área residencial e tranquila de Nápoles. Se você for bem disposto é possível subir para o bairro caminhando…mas, como falei, precisa estar bem disposto. Nápoles é uma cidade cheia de subidas e descidas, e o bairro Vomero fica no alto…bem alto.

O mais recomendado é subir para o Vomero de funicular (pode pegar na estação Centrale), passear pelo bairro, admirar suas casinhas típicas e – o mais importante-, ir até a região onde está o Certosa di San Martino e o Museu Nazionale di San Martino, para admirar a vista de lá de cima para a cidade e o mar. Muito bonita mesmo!! Depois disso, você até consegue descer para o centro antigo de Nápoles andando. É um passeio gostoso pelas ruazinhas da cidade.

Ahhh… Certosa di San Martino é um monastério e lá fica o Museu Nazionale di San Martino, que conta a história da cidade no século 16.

E, se você gosta de teatro, tem que conhecer o Teatro San Carlo. Ele é uma das casas de operas mais famosas do mundo e a maior Itália…Além disso é o mais antigo teatro lírico da Europa, de 1737. Hoje em dia, você consegue assistir espetáculos de dança e música, além das apresentações de Ópera. É legal falar que é possível encontrar ingressos dos mais variados valores…acessíveis, até os muito caros.

Mas, se por um acaso, você não conseguir assistir nada, mas quiser muito conhecer o teatro, todo domingo – só aos domingos – as 11h e à 12h30, há tours guiados pelo local. O ingresso é 15 euros, mas dá direito a uma bebida no final do passeio.

Outro ponto legal de conhecer na cidade é o Castel Nuovo, que foi uma fortaleza do século 13. Paga para visita-lo, mas há uma bela vista para o mar e, lá dentro, fica o Museo Civico, com pinturas sobre a história Napolitana e obras sobre a crucificação de Jesus.

Mas, mais legal que o Castel Nuevo, é o Castello dell’Ovo. Ele fica no ancoradouro…em uma ilha, rodeada por uma vila de pescadores, Borgo Marinaro. Ele foi um castelo de defesa e hoje, em algumas de suas áreas, encontramos exposições de obras de diferentes artistas.  O castelo não é pago para entrar, a visita é bem legal e a visão de lá é muito bonita…é a vista para o mar e para a cidade, porém, de lá, contemplamos a paisagem e Nápoles de baixo para cima (e não de cima para baixo como no bairro Vomero, pois lá é a parte baixa da cidade…a beira mar).


E ali na região do Castello dell’Ovo, é bem gostoso passear pela baia, admirando o mar e a vida dos napolitanos.

Para quem não sabe, um dos pontos mais fortes da cidade – assim como toda a Itália – são os restaurantes, mas, em Nápoles, em especial, as pizzarias conquistam todos…tantos os cidadãos locais, quanto os turistas. E um exemplo de pizzaria famosa é a L´Antica Pizzeria da Michele, que ficou ainda mais conhecida por causa da história de Liz Gilbert, que foi para Itália depois que passou por um difícil divórcio e lá encontrou comidas (e pizzas) maravilhosas e – depois, junto com as experiências vividas na Índia e em Bali, onde também “ rezou e amou” -, escreveu o livro Comer, Rezar e Amar, contando sobre tudo que viveu e aprendeu nesses três lugares.

Como muitos sabem, o livro que já era um best-seller, se transformou em filme de sucesso gravado por Julia Roberts. E, por causa do livro e do filme, a pizzaria da Michele, ficou ainda mais conhecida no mundo todo. Foi lá que foram gravadas cenas para o filme e, hoje em dia, dependendo do horário que você vai para lá, é necessário pegar uma fila para conseguir uma mesa e saborear uma de suas pizzas.

É legal falar que a pizzaria, que é de 1906, é a primeira e única pizzaria da família Condurro, e vende somente dois sabores de pizza, Margherita e Marinara. A primeira tem molho de tomate, mozarela e manjericão. Já a Marinara vem com molho de tomate e alho. Eu comi a Margherita e achei bem gostoso. Uma pizza bem italiana, com massa fininha, sem muito recheio…só molho de tomate e queijo.

A pizzaria fica a aberta todo dia das 11h as 23h. Tem quem fale que há pizzas mais saborosas na cidade, e eu acredito que sim. Mas achei a pizza de lá bem gotosa, grande e não tão cara (cerca de 5 euros). Vale o passeio.

Para quem tem mais dias na cidade e região, além de Nápoles e Pompeia – que foram os lugares que visitei -, ali nas proximidades também fica Herculano e o Vulcão Vesúvio…dois outros pontos que são “obrigatórios” e valem a pena um dia de passeio.

Assim como Pompeia, que foi destruída e petrificada pela erupção do Vesúvio (falei um pouco mais sobre a cidade e deixei o link do texto que já publiquei sobre lá mais para cima), Herculano é menor que Pompeia e suas ruínas aparentam estar melhor preservada. Lá é possível ver também os mosaicos e os móveis que decoravam as casas romanas da época.

Mas é interessante lembrar que essa Pompeia também mantém áreas muito preservada, como Fóruns e casas, permitindo que a gente tenha uma boa noção de como funcionava a sociedade da época dos antigos romanos.

E, assim como dei essa mesma dica no texto sobre Pompeia, também vou deixa-la aqui. Quem tiver tempo, acredito que vale a pena subir no vulcão Vesúvio, que foi o responsável por destruir Pompeia e Herculano.

O vulcão, não está existindo e teve sua última erupção em 1944. O Vesúvio tem 1.320 metros e você pode subir até sua cratera. Para isso, você pode ir até certo ponto do vulcão de ônibus ou de carro (depende de como preferir) e, depois, terá que subir o resto andando. Para fazer a caminhada até o topo é preciso pagar (cerca de 7 euros), mas falam que vale muito a pena. Além de andar por um vulcão ainda ativo, você pode contemplar a linda visão de lá de cima.

Para quem tem ainda mais tempo em Nápoles, outro passeio legal de se fazer é pela Costa Amalfitana. Duas das cidades muito conhecidas são Amalfi ou Positano. Na região, além de você poder curtir uma praia (se for verão), é possível fazer trilhas, e relaxar, admirando as belas paisagens típicas do lugar, com suas casinhas coloridas à beira de penhascos.

Essas são as dicas do que fiz e do que tenho vontade de fazer em Nápoles e região. Espero que aproveitem!! Eu gostei muito da cidade.

Texto by Flávia Pigozzi.

Fotos by Paulo Henrique Pigozzi

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