Um passeio cheio de história por Pompéia

Há dois meses atrás passei uma pequena temporada na Itália, tirando minha cidadania italiana. Morei em uma cidadezinha chamada Santi Cosme e Damiano, entre Roma e Nápoles.

No meu tempo livre, enquanto estava esperando a parte burocrática ser resolvida, viajei um pouco e conheci algumas das cidades ali por perto, como GaetaNápoles e Pompéia.

E, hoje vou falar sobre Pompéia… uma antiga cidade do Império Romano, destruída por uma erupção do vulcão Vesúvio, que provocou uma grande chuva de cinzas, petrificando a cidade, em 79 d.C..

Bom… para visitar Pompeia, você vai precisar de um dia inteiro ou, pelo menos, boa parte dele. A cidade fica a 22 km de Nápoles… então, uma boa dica é visitar Nápoles e reservar um dia para aproveitar essa antiga cidade Romana. Foi o que eu fiz e deu super certo!! Fiquei dois dias na região!! Me hospedei em um hostel em Nápoles e dediquei um dia a Pompéia e o outro curti as maravilhas napolitanas (vou contar mais sobre a cidade em uma próxima publicação).

Para quem não sabe, como comentei ali em cima, Pompéia foi uma cidade petrificada pelas cinzas do vulcão Vesúvio, depois que ele entrou erupção. Essas cinzas “protegeram” a cidade da ação do tempo e a manteve “preservada”, fazendo os estudiosos entenderem ainda melhor como funcionava o estilo de vida da Roma antiga.

A cidade se manteve desaparecida por 1600 anos, até ser “encontrada” em 1748, quando estavam fazendo escavações para a construção de um aqueduto. Além de uma cidade romana inteira e objetos preservados, os estudiosos acharam também corpos petrificados e “protegidos” da ação do tempo.

Segundo a história, a população da cidade não percebeu o perigo que estava correndo, pois não houve aquele monte de lava vazando pelo vulcão, como mostra nos filmes, e sim, “somente”, uma grande chuva de pedra-pome.

Com isso, as pessoas que não morreram atingidas por uma pedra, em vez de sair correndo para longe da cidade, foram se esconder dentro de casa, porém, os telhados das casas não suportaram o peso das pedras, e muitos dos moradores morreram soterrados.

Vendo o que estava acontecendo, os habitantes que ainda restavam, tentaram fugir. Mas, já era tarde. A fumaça tóxica e as cinzas liberadas pelo vulcão acabaram matando os poucos sobreviventes sufocados.

Ahhhh… é legal falar também, que toda essa história da cidade, é baseada em uma carta de um dos possíveis sobreviventes. Plínio, o jovem, depois de testemunhar todo o acontecido, teria enviado uma carta relatando tudo a Tácito – um dos maiores historiadores da antiguidade. Mas, muitos consideram um exagero de Plínio e não deram muita atenção para sua carta, até a cidade ser reencontrada.

Pompéia é impressionante, foi considerada Patrimônio Universal da UNESCO e é uma das atrações turísticas mais visitadas da Itália.

A cidade é bem grande e tem muito para ser visito. Você receberá um mapinha na bilheteria para melhor te conduzir, mas todos os lugares são bem sinalizados com placas de orientação. Ahh… e, se você quiser, também pode pedir um áudio guia.

Quando você chegar na cidade, vai passar pela Porta Mariana, e uma pequena subida te leva direto para Via Mariana, e, se seguir por ela, você encontrará o Fórum da antiga cidade.

Na Via Mariana fica os Templos de Vênus e Apolo, dois dos padroeiros da cidade e a Basílica, onde acontecia as reuniões políticas e jurídicas.

Já no Fórum estão importantes edifícios, como o Edifício de Eumachia, o Macellum e o Templo de Júpiter. O primeiro possivelmente era uma espécie de mercado têxtil, o segundo um antigo mercado e o último um templo para o culto de Júpiter.

Mas, o que mais me chamou a atenção no Fórum foi o Galpão… onde ficam peças, como vasos e estátuas guardadas em prateleiras e também onde estão alguns moldes de corpos de pessoas petrificadas no exato momento que morreram asfixiados pela fumaça liberada pelo vulcão… é muito chocante.

Outra Via importante de Pompeia é a Via del Foro. Lá fica o Templo da Fortuna Augusta; a Casa de Fauno, que falam que era a maior casa da cidade, uma mansão; e o Panifício, uma padaria. E aqui e legal falar que, mesmo tendo outras padarias espalhados pela cidade, essa ficou conhecida, pois dizem que foram encontrados até pães carbonizados por lá.

Via Stabiana também é bastante conhecida. Por lá fica o Templo de Isis, o Teatro Grande e o Teatro Piccolo. Os dois teatros são anfiteatros semicirculares em estilo grego, mas, o primeiro receberia até 5 mil pessoas e era reservado para espetáculo com gladiadores. Já o segundo tinha capacidade para 800 pessoas, e contava com apresentações de músicas, poesias e peças de teatros.

Na Via dell’Abbondanza – outra importante rua da cidade – fica a Fullonica di Stephanus, uma lavadeira e tinturaria; e muitas Tabernas, uma espécie de mercadinho e restaurante da época. As Tabernas estão muito bem preservadas e é possível ver os balcões de atendimento e os buracos que as comidas eram colocadas.

Na Via dei Fuggiaschi fica um dos lugares mais visitados de Pompeia, o Jardim dos Fugitivos, onde tem muitos corpos petrificados… de adultos e de crianças. Eu acho muito triste!! Mas vale a visita. É possível ver as dobras das roupas e a expressão dos rostos.

Outro importante ponto da cidade é o Anfiteatro. Com capacidade para 20 mil pessoas, lá também ocorria luta de gladiadores e corridas. O Anfiteatro de Pompéia está melhor preservado do que o famoso Coliseu de Roma e é considerado o anfiteatro romano mais antigo já descoberto.

Também muito famoso em Pompéia e um ponto que forma filas bem grandes para entrar é o Lupanare, um dos vários prostíbulos da cidade. Por lá podemos ver quartos bem pequenos, com camas feitas de pedras e desenhos eróticos nas paredes.

Há duas coisas impressionantes a ser lembrada. A primeira é que ainda tem muito o que ser descoberto em Pompéia. Na cidade existem vários pontos de trabalho, onde pesquisadores, a cada dia, encontram relíquias de uma antiga cidade romana. E a segunda é o fato de como tudo em Pompéia está preservado e bem cuidado, como os mosaicos e as pinturas.

É legal falar também que o calçamento é o original da época da tragédia… ou seja, de 20 séculos atrás (com pedra bem grandes e, muitas vezes, “separadas” uma das outras). Além disso, as casas – muitas sem teto, pois eles foram destruídos pelo peso das pedras -, também estão super conservadas.

Não posso esquecer de comentar que, para quem quer ver os objetos encontrados da cidade, é preciso visitar o Museu Arqueológico de Nápoles. A maioria das peças encontradas nas ruínas foram levadas para lá, pois assim podem ser melhor preservadas. (Porém, como falei ali em cima, existem alguns vasos e estátuas no Galpão, localizado no Fórum).

É legal falar ainda que em Pompéia tem vários banheiros espalhados e alguns restaurantes também. Já que o passeio é meio longo, a cidade foi preparada para receber os turistas.

Ahhhhh…. sobre os valores. O bilhete para conhecer Pompeia custa 11 euros e, no primeiro domingo de cada mês, a entrada é gratuita.


Outra coisa muito importante. Ali perto de Pompéia, fica Herculano, outra cidade destruída pela erupção do vulcão Vesúvio. Eu não tive tempo de conhece-la, mas falam que está muito melhor preservada. Ela é menor que Pompéia, então acho que o passeio é um pouco mais rápido. Acredito que vale muito a visita. Tenho muita vontade.

Outro lugar que fica ali perto de Pompéia e Herculano e que quero muito visitar é o vulcão Vesúvio. Acho que deve ser demais subir um vulcão que ainda não está extinto e tem tanta história. Falam que a visão lá de cima também é muito bonita.

Para chegar tanto em Pompéia, como em Herculano, a melhor forma é ir de trem. A estação é bem perto das portas das antigas cidades (bem perto mesmo. Vai andando). Já para ter acesso ao vulcão, você pode ir até Pompéia e pegar um ônibus de lá.

Bom!!! É isso!!! Eu amei conhecer essa antiga cidade romana. Vale muito a pena o passeio. Se você for conhecer Nápoles, ou até mesmo, Roma – e tiver um tempo livre, pois é mais longe -, não deixe de visitá-la.

E você, já esteve em Pompéia ou Nápoles? Tem alguma dica ou informação que quer compartilhar com a gente e com outros leitores? Então não deixe de enviar sua contribuição por meio dos nossos canais de contato.

Texto by Flávia Pigozzi.

Fotos by Paulo Henrique Pigozzi.

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