Como fica a sua viagem após a pandemia
Ainda é muito cedo para falar, mas muita gente enxerga neste ano (2021), como o ano da retomada do turismo. Com a vacinação contra a pandemia rolando por todos os cantos, nada mais justo pensar que muito em breve poderemos retomar nossas viagens e que o turismo retornará aos seus eixos como se nada tivesse acontecido.
Nesta manhã, por exemplo, escuto no programa do Datena (quando
começo a escrever esse texto é dia 3 de fevereiro, e o programa ao qual me
refiro é pela Rádio Bandeirantes) o ministro do Turismo, Gilson Machado,
informar que o turismo brasileiro está preparado para a retomada, com respeito
a todos os protocolos, “aplaudidos pelo Mundo”, e com toda a estrutura
necessária para que isso aconteça sem nenhum trauma.
O próprio Datena exalta a importância do turismo, e que
embora não seja xenófobo (palavras dele), o turismo brasileiro não precisa de
nenhum viajante gringo por nossas praças, pontos turísticos, hotéis….. e afins….
Turismo no Brasil
A conversa poderia tomar aqui vários caminhos. Pra começar,
a falta de interesse dos viajantes estrangeiros em visitar o nosso país. Já
escrevi isso em vários textos meus. Não é possível que o Brasil receba menos de
6 milhões de turistas por ano, enquanto só Buenos Aires recebe muito mais do
que isso.
Ao mesmo tempo, é mais do que certo que o turismo brasileiro
seja capaz de se sustentar somente com o viajante local. Sempre foi assim. O
turista local paga, e caro, para conhecer o seu país, o mesmo que pagaria para
viajar à Europa.
Não questiono a estrutura, ou o respeito aos protocolos (tá,
peraí, nem aqui na rua de casa o povo tem a preocupação em usar máscara,
imagino como um hotel exigiria isso de alguns hóspedes) dos hotéis, pousadas e
albergues. Mas o que esperar do restante da cadeia? Restaurantes, lojas,
shoppings, parques, ainda têm um longo caminho a percorrer, e muitas cidades
possuem restrições maiores, e até toque de recolher. Como não interferir na
experiência do turista com esses “detalhes”?
Tudo normal
Com o fechamento de várias fronteiras internacionais, as
opções dentro do próprio Brasil são infindáveis. Pelo menos são as promessas
dos muitos comerciais que pululam em nossa TV, prometendo experiências
inesquecíveis em qualquer canto do nosso país.
Uma amiga, com férias marcadas para março, e um pacote de
viagem acompanhada de seu noivo, para Recife e Fernando de Noronha, recebeu
nesta semana a informação do cancelamento de sua viagem. Mas se está tudo
normal, por que é que tudo foi cancelado??
E você??
O meu xará, Ricardo Freire, do blog Viaje na Viagem, tem um
texto bem legal onde ele aponta os tipos de viajantes pós pandemia (você pode
ler esse texto aqui https://www.viajenaviagem.com/2020/08/como-brasileiros-voltarao-viajar-pandemia/).
Como não ser um “Ressabiado” ou um “Abstinente” em um momento como esse?
O que eu vejo, é que a pandemia aumentou ainda mais as
barreiras para quem gosta de viajar. Sempre foi uma questão de grana, a gente
sabe disso. Alguns destinos sonhados são inviáveis, mas a gente sempre deu um
jeito.
O buraco econômico, com todo o desemprego, falências, dólar
nas alturas, é provável que sejam fatores muito mais “seletivos”, em uma época
como essa. A desigualdade se intensificou e hoje não basta querer viajar. Para
quem passou por apuros durante a pandemia, imaginar uma viagem sem ter o futuro
garantido parece um pesadelo. Ou você abriria mão da segurança econômica da sua
família (ou da sua estabilidade a um curto ou médio prazo) para realizar o
sonho de viajar??
Viajar ou não
A gente sabe também, que nada disso vai mudar a cabeça de
quem está determinado a viajar. Se eu quero, eu vou e pronto…. Pra isso é que
eu “tô pagando”… e ninguém tem nada a ver com isso.
Mas como ter a certeza que a experiência será mesmo algo
inesquecível? Parques da Disney continuam recebendo visitantes (locais), mas
com várias atrações fechadas, com horário limitado, e os shows de encerramento
seguem suspensos. É a mesma experiência?? Como ir à França e não conhecer a
Torre Eiffel? Como visitar o Rio de Janeiro e não dar um mergulho no seu lindo mar??
Viajar inclui um sem número de experiências e
experimentações. Trata-se de comer, andar, enfrentar filas, bares, lanchonetes,
restaurantes, lojinhas, lojonas, espetáculos, partidas de qualquer esporte, e
até comprar imãs de geladeira. Você colocaria tudo isso de lado só pelo prazer
de viajar? Pela experiência de enfrentar uma estrada ou um voo de horas sem
poder ter acesso a tudo isso??
Mas e aí?
Em uma época em que a dúvida e a incerteza ainda reinam, é
difícil apontar uma resposta como definitiva. Mesmo que o Ministro garanta a “normalidade”.
O que poderia ser encarado como normal? Como impedir que a viagem sonhada se
transforme em um pesadelo? Como deixar de lado algumas experiências que
complementam qualquer viagem?
Viagens ou passeios mais curtos (como o próprio ministro
sugere), que envolvam menos grana e exijam menos planejamento podem ser uma boa
pedida.
Agora, mais do que nunca, ter o coração aberto continua a
ser uma grande pedida. Algumas experiências serão deixadas para depois. A
viagem dos sonhos pode ter que ser deixada para depois. O importante, de
verdade, é que você se mantenha saudável. A gente pode adiar alguns projetos e
planos, e esperar que a vacinação esteja mais efetiva e a pandemia muito menos
perigosa.
Mesmo assim, a retomada, ou a normalização do turismo deve
levar ainda um tempo. Muito provável que certas experiências se mantenham
inacessíveis. Que as pessoas evitem (ou sejam obrigadas a evitar) alguns
destinos. Mudança de comportamento? Não acredito. A falta de acesso não muda as
pessoas. Embora devesse.
O turismo voltará… diferente… para menos pessoas… ainda
permeando o sonho de muitos… mas voltará…
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Texto by Ricardo Seripierro
Fotos by Google
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