Como as fotos interferem no humor da sua viagem

Fotos? Viagens e fotos? Passeios e fotos? Acredito que nenhum par de hobbies esteve tão ligado durante todas as suas existências como viajar e tirar fotos. Eu mesmo não consigo imaginar uma saída para qualquer canto sem tirar pelo menos mil fotos. Exagero? Pode ser.

Fotos e eu

Como jornalista, sempre tive uma paixão por fotografias e vídeos. Viajar só me ajudou a praticar ainda mais e me dedicar ainda mais a esta segunda paixão (a primeira ainda é viajar).

Gosto de pensar que sou bom nisso… rsrsrs… Ou, pelo menos consigo registros bem satisfatórios das minhas viagens e passeios (vocês podem avaliar isso por aqui, ou em algum dos nossos canais).

E……

E depois de tantas experiências, acredito ter adquirido alguns hábitos que me auxiliam nesse campo… ao mesmo tempo, algumas “alergias” quando vejo comportamentos irritantes naqueles que gostam de fotografar.

Filme queimado

Vamos falar sério… em tempos de redes sociais e overdoses de selfies, tirar fotos acabou se transformando em um problema na maioria das vezes. Socializar seus feitos é a grande sacada do momento.

Ok, ok… todo mundo faz… é normal… mas será que o jeito que TODO MUNDO faz é o jeito certo??

Os “tipos”

Mas existe maneira certa de fotografar? Eu não estou aqui para detalhes técnicos. Estou aqui para dar um alô para aqueles que adoram tirar fotos em filas… e não deixam as filas seguirem…

Aqueles que precisam colocar a mão em quadros, carros, motos, estátuas, absolutamente tudo… e ficam lá com a mãozona no que quer que seja por uma eternidade… e não deixam ninguém mais tirar sua foto em paz…

Ou aquele outro tipo que adora infernizar a foto alheia… ele quer tirar foto… aparecer em foto… ele adora uma câmera… e inferniza todos à volta para que lhe peçam fotos… que deixem que ele tire suas fotos… o amigão, manja??

Aquele que começa a programar o celular para a foto… aponta… para carros… para pessoas… muita gente esperando que ele tire logo sua foto e ele não tira…. faz pose… liga flash… olha o sol…. lambe o dedo pra sentir de onde vem o vento… ele confere o ângulo… vira o celular… atende umas três ligações… mas não tira o raio da foto… e deixa todo mundo lá esperando…

Mas tem aquele que gota de se meter nas suas fotos… o papagaio de pirata de foto, sabe?

Ou aqueles que tiram fotos da comida… do guia… dos cachorros de rua… do ônibus do passeio… do vendedor de cachorros quentes… de tudo… ele precisa registrar…

E ainda tem aquele que registra e compartilha… e compartilha… e compartilha… todos precisam saber de cada passo da sua viagem… aquilo que só ele viu, mas que todos devem ver…

E o que tem de errado?

Existem muitos tipos, e o problema não é tirar fotos, é atrapalhar os outros por causa das suas fotos.

Tem uma razão muito simples de muitas câmeras terem a funcionalidade de “point and shoot”… gente, é apontar a fotografar… não adianta apontar, esperar, fazer pose, verificar filtro, avaliar luz, mudar a pose, alterar a máscara, e por aí vai…

A menos que essa seja sua pegada. Se você está lá para a foto da sua vida. Se vai ganhar alguma grana com a foto. Então vai escolher um canto tranquilo, e fazer tudo isso sem encher o saco.

Caso contrário, faça seu registro, de maneira rápida, sem atrapalhar nada nem ninguém e siga sua viagem.

Eu só quero minha foto

Entendo que o registro servirá de lembrança. Muitos transformarão em papel de parede do computador, do celular. Encherão o saco de muitos amigos, parentes e conhecidos, com extensas apresentações… e-mails… mensagens…. imprimirão as favoritas… eu entendo!!

E você tem todos os direitos de fazer isso. Afinal de contas, não é sempre que saímos de férias. Vai saber quando rolará outra viagem igual aquela. Vai saber se aquele lugar existirá até eu voltar.

Você pode!! Você deve!! Mas cabe um refinamento na sua prática. E eu tenho certeza que muitos desses malas nem percebem que são chatos.

Algumas dicas

Já disse… Não estou aqui para uma apologia contra as fotos de viagens… rsrs… mas acho que se você tem algumas manias já explicadas acima, pode pensar em algumas revisões.

Se a ideia é tirar muitas fotos, se planeje para ser rápido. Se planeje para chegar lá antes de todos. E sair de lá antes de todos. Se planeje com o equipamento na mão com tudo já ajeitado e programado. Chegue, faça seu registro e siga para o próximo. Observe o ambiente. Observe quem está à sua volta. Observe suas ações.

Pense em ângulos diferentes. Fuja das muvucas e grandes concentrações. Já pensou em tirar uma foto acima de todos? Levante o braço e se surpreenda com os resultados. Abaixe. Sente no chão (não para sempre).  Somente para sair do mesmo ponto de visão. E ter um campo provavelmente mais limpo e muitas vezes mais atraente.

Selfies? Eu tirava selfies antes de serem chamados de selfies…. rsrs… a regra é a mesma. Seja rápido. Seja eficiente. Seja inovador. Mas não seja um chato lento cheio de poses, que não ajudam nada nem ninguém, e fazem fotos horrorosas.

E o que aprendemos com isso tudo?

Fotos mais rápidas e mais planejadas ajudam pra caramba no andar da sua viagem. No Louvre, enquanto todos se matavam por uma selfie com a Mona Lisa, eu consegui agilizar uma foto ao lado do quadro e fotografei todas as outras obras da sala. Registrei também a audiência, e ainda pude apreciar a visita. Ser mais ágil te tira da bagunça.


Todos nós amamos fotos lindas. Fotos planejadas. Com aquela luz. Mesmo que a gente não saiba nada de foto. Já vi fotos lindas tiradas com equipamentos muito simples.  Tudo depende de momento, de sentimento, de sorte (sim, também), por isso, não se perca com fotos muito pomposas de coisas bobas, como do quarto do hotel, do ônibus da excursão, daquele prato de comida. Gaste tempo com a foto certa. Você, na paisagem certa. Todo o resto será lembrança sua, e não precisa de superlativos técnicos.

Fique atento a tudo e a todos. Antecipe situações. Antecipe-se. Isso te ajuda a entender o lugar. Te ajuda a entender melhor e apreciar melhor sua viagem. Te ajuda a gastar tempo com aquilo que realmente merece ser gasto.

Equipamento faz diferença? Claro que faz. Mas a foto depende de você. Depende do que você busca, e do que você quer. Para o registro de uma viagem, um equipamento mais simples pode ser suficiente. Tudo dependerá de suas exigências, que aumentarão com o tempo. Mas equipamentos mais sofisticados exigem mais grana, por isso, nem sempre a gente tá pronto para ser mais refinado.

Deixe a foto de lado. Quando foi a sua última viagem sem nenhuma tecnologia? Eu sei que a gente quer registrar tudo, e depois poder lembrar de tudo, mas muitas vezes nossa viagem é feita por meio da câmera, e isso não é saudável. Curtir o destino, o passeio, vale muito mais do que uma foto.

E….

Reforço!! Não quero fazer apologia contra nada. Quero poder curtir meu destino. Apreciar minhas viagens, e tirar minhas fotos também.

A convivência pacífica é possível? Torço para que sim, mas a batalha é feia. Quando grupos de turistas, principalmente chineses se encontram, a luta é muito feia… injusta… mas precisa dar espaço ao que é certo e àqueles que também querem curtir o destino sem ter aquele mala da foto atrapalhando tudo e todos.

Seja consciente. Seja racional. Seja ágil. Seja atento. Seja educado.

Com certeza sua viagem será muito mais eficiente, e você perceberá uma melhora razoável nas suas fotos também.

Sua opinião

Mas e você, já teve problemas com os turistas fotógrafos? Não sabe como lidar com eles? Tem alguma dica ou informação imperdível para quem planeja viajar? Então compartilha com a gente. Escreva nos comentários… e não deixe de nos acompanhar. Temos novidades todas as semanas.

Texto e fotos Louvre by Ricardo Seripierro.

Demais fotos by Google.

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