Todo o charme e importância histórica de Coimbra

Hoje vou falar sobre mais uma cidade de Portugal…. muito conhecida, talvez um pouco menos turística do que as que já escrevi até hoje, mas muito importante para o país… A  cidade é Coimbra. Cheguei lá vinda de Porto, que é linda e, como alguns sabem, um dos meus lugares favoritos da Europa. Coimbra não tem toda a beleza da Cidade do Porto, mas não deixa de ser muito agradável e gracinha.

Separei um dia para conhece-la e consegui visitar quase tudo que queria, mas fiquei com gostinho de quero mais.

Comecei visitando a Universidade de Coimbra, uma das mais antigas do mundo e a mais antiga de Portugal. Ela foi fundada em 1290, em Lisboa e, em 1537, foi transferida para Coimbra, onde está até hoje. E a Universidade tem alguns pontos imperdíveis. Começando pela visão que ela oferece da cidade, pois está localizada em um local alto que, aliás, para chegar a ela, tem que encarar uma grande escadaria, chamada de Escadas Monumentais. Mas, vale a pena. Além disso, o edifício da Universidade é uma atração à parte! Com uma arquitetura linda e cheio de história.


E é na UC que fica o meu maior gostinho de quero mais de Coimbra, a visita interna pela Universidade, principalmente na Biblioteca Joanina. Não consigo me lembrar com certeza por que não fiz esse passeio, mas acho que não tinha mais horário. Para visitar a biblioteca, por exemplo, é preciso “agendar” um horário, tem número restrito de pessoas que entram por turno e o visitante não pode ficar o tempo que desejar!! A visita é rápida mas, falam que ela é muitooo linda e que vale a pena demais.

Na Universidade tem ainda a Sala dos Capelos, onde o formando coloca aquele “chapéu” na cabeça quando é concedido o grau. E é legal visitar também na UC a Sala do Exame Privado, onde ficava o quarto do rei quando o edifício era a sede real; a Sala das Armas, onde ocorre os atos solenes da Universidade; a Capela São Miguel (século 16) e a Torre da Universidade, que oferece uma vista ainda mais bonita – mas, para subi-la é preciso pagar. A Torre, assim como alguns dos corredores internos da UC, concede ao visitante uma linda visão da cidade e do Rio Mondego.


  Eu visitei a Universidade apenas na parte exterior e algumas das partes internas, contemplei a vista que ela oferece e observei os estudantes que estavam trajados com as famosas Capas Negras, tocando e cantando um estilo de Fado. Eu já estava acostumada com essa tradição que, boa parte dos universitários portugueses seguem até hoje (como alguns sabem, morei em Lisboa e por lá os estudantes também mantêm esse costume), mas é realmente muito legal assistir essas apresentações e ver o respeito e amor que os universitários guardam por uma tradição tão antiga e que está viva até hoje.

Andando pelo “campus” da Universidade, cheguei na Igreja da Sé Nova, que tem características arquitetônicas mais “modernas”, mas é bem bonita e, de lá, continuando na caminhada, encontrei a Sé Velha, que é do ano de 1.184 e tem um estilo mais “medieval”.


  Ainda pela região da Universidade, encontra-se o Arco de Almedina, que antigamente era uma das entradas da muralha medieval que cercava a cidade.

Da UC fui para a região da Baixa, o centro histórico de Coimbra. É uma região muito gracinha. Com cara de Portugal, repleta de antigos casarões, comercio, loja de souvenir e restaurantes. É uma delícia se perder por essas ruas, que tem gosto, cheiro e estilo tipicamente português.

Ahhh… e uma das ruas mais famosas da cidade é a Ferreira Borges, que além de ter lojas e restaurantes…. (enfim, é uma rua de comércio), ela é muito conhecida, pois no seus extremos ficam o Largo da Portagem de um lado e o Largo da Igreja de Santa Cruz do outro. O primeiro tem um jardinzinho florido rodeado de cafés. Já no segundo é onde fica a Igreja de Santa Cruz, linda e decorada com os tradicionais azulejos portugueses.

Da região central, atravessei umas das pontes que corta o Rio Mondego e fui caminhando até a Quinta das Lagrimas…. mas é uma boa caminhada!! Estava inspirada eu acho, rsrs. Se você tiver com um roteiro apertado é melhor pegar um ônibus para chegar até lá.

Enfim… É nesse local que morava Inês de Castro, a rainha que, talvez, tenha protagonizado a história mais romântica do reinado português. É nessa região que fica também a Fonte das Lagrimas, onde ela supostamente foi assassinada. A fonte existe até hoje e pode ser visitada, porém, a casa onde ela morava, atualmente é um hotel.

Para quem não lembra, Inês de Castro é a Rainha póstuma de Portugal, que foi assassinada por ordem do rei Dom Afonso IV, pai de Dom Pedro I, mais ou menos em 1.355. Dom Pedro I e Inês de Castro, que era galega e filha de um mordomo da família real, eram apaixonados, mas não podiam viver seu amor e, um dos motivos era a condição social da moça, além de todos aqueles “acordos matrimoniais” que existiam antigamente, quando os pais arranjavam o casamento dos filhos.

E, por causa de um casamento arranjado, Dom Pedro I se casou com D. Constança Manuel. Porém, mesmo com o matrimonio forçado de Pedro e de todas as tentativas de Dom Afonso IV de afastar o filho de Inês, mandando a moça para o exílio, por exemplo, os dois continuaram mantendo contato.

Quando D. Constança morreu, após o nascimento do filho do casal e herdeiro do trono, Dom Fernando I, mesmo contra a vontade de Dom Afonso, Pedro trouxe Inês de volta a Coimbra e os dois passaram a viver juntos, causando um grande escândalo na sociedade da época.

Para afastar Pedro e Inês, Dom Afonso IV tentou casar o filho novamente, mas Pedro não aceitou, alegando que ainda estava sofrendo a morte da esposa, D. Constança. Mas, na verdade Pedro e Inês estariam vivendo seu amor e, enquanto isso, eles tiveram quatro filhos.

Haviam boatos que Pedro e Inês tinham se casado secretamente e que Inês pretendia matar Fernando, o filho de Pedro com Constança, para que seu filho com Pedro se tornasse o principal herdeiro do trono.

O casamento escondido de Pedro e Inês poderia causar uma grande confusão no reinado, mas o príncipe herdeiro sempre negou o matrimonio, porém mediante aos boatos, Dom Afonso mandou matar Inês. E, assim foi feito.

Segundo a lenda, as lágrimas que caíram no Rio Montego pela morte de Inês de Castro teriam criado a Fonte das Lágrimas, e as algas vermelhas que cresceram ali seriam o sangue que foi derramado.

Em 1357, Pedro I se tornar rei de Portugal e três anos depois ele assumiu que se casou secretamente com Inês, tornando-a rainha póstuma, e reconhecendo como legítimos os filhos que teve com ela.

Segundo a lenda, Pedro teria imposto ainda que sua corte fizesse o coroamento e a cerimônia de Beija Mão da rainha já morta. E, a lenda também fala que os túmulos de Inês de Castro e D. Pedro I foram construídos um de frente para o outro, para que no dia que eles “acordarem” possam se ver primeiro antes de enxergar qualquer outra coisa.

Bom… essa é a história do casal. Eu gostei de fazer essa visita. Acho que vele a pena.

Em Coimbra também tem o Portugal para Pequeninos, que é um parque com todos os monumentos portugueses em miniatura. Na época não achei interessante fazer esse passeio, mas hoje acho que deve ser divertido.

Na cidade fica ainda o Museu Nacional de Machado de Castro, que tem uma galeria romana subterrânea de arcos que eram usados para sustentar estruturas que estavam na superfície.

E para a noite, como vocês sabem, Coimbra é uma Cidade Universitária. Então eu sugiro perguntar no hotel ou hostel que estiver hospedado onde está sendo o evento do momento porque, provavelmente, pelo menos alguma festinha universitária estará acontecendo. Caso contrário, ali nos arredores do Campus da UC também tem vários barzinhos, geralmente frequentado pelos estudantes, então sempre tem um pessoal jovem e animado por lá. Eu fui em um desses barzinhos e foi legal.

Bomm… minhas dicas sobre Coimbra são essas. Como falei também, a cidade não é o principal destino de Portugal, mas achei que super valeu a visita. Eu, sem dúvida, vou voltar.

Texto e fotos by Flávia Pigozzi.

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