Detalhes que farão você se apaixonar por Dublin

Parafraseando muitas partes de um texto que rodou a internet essa semana e me encantou…

“(…) tudo que ela precisava era perspectiva. Olhar a situação de outro ângulo, de cima, e ver seus dilemas e problemas como quem olha o mundo de um avião. (…) Hoje sei que o medo nada mais era do que fruto da minha (nossa) obsessão em medir ações e ser assertiva. E foi só com o tempo e com as chances que me dei que descobri que não há nada mais libertador e esclarecedor do que o bom e velho tiro no escuro. (…) ela aprendeu que é preciso (e vai querer) muitas vezes uma certa distância do ninho. Aprendeu que nem todo amor arrebatador é amor pra vida inteira. Que os amigos, aqueles de verdade, podem até estar longe, mas nunca distantes. Hoje ela chama o antigo exílio de lar, e adora pegar um avião rumo ao desconhecido. Outras, como eu, e como ela, fizeram o mesmo. Todas entenderam que era preciso ir embora.

É preciso ir embora.

Ir embora é importante para que você entenda que você não é tão importante assim,  que a vida segue, com ou sem você por perto. Pessoas nascem, morrem, casam, separam e resolvem os problemas que antes você acreditava só você resolver. É chocante e libertador – ninguém precisa de você pra seguir vivendo. Nem sua mãe, nem seu pai, nem seu ex-patrão, nem sua pegada, nem ninguém. Parece besteira, mas a maioria de nós tem uma noção bem distorcida da importância do próprio umbigo – novidade para quem sofre deste mal: ninguém é insubstituível ou imprescindível. Lide com isso.

(…)

Então vá embora. Vá embora do trabalho que te atormenta. Daquela relação que você sabe não vai dar certo. Vá embora “da galera” que está presente quando convém.  Vá embora da casa dos teus pais. Do teu país. Da sala. Vá embora. Por minutos, por anos ou pra vida. Se ausente, nem que seja pra encontrar com você mesmo. Quanto voltar – e se voltar – vai ver as coisas de outra perspectiva, lá de cima do avião.

(…)”

Há três semanas cheguei na minha nova cidade, que vou morar, como costumo falar, “o tempo que o meu coração pedir, por minutos, por anos ou para a vida”. Desde quando fechei a viagem, eu achava que os meus últimos dias no Brasil e minha chegada a Dublin estava toda “organizada” e que tudo sairia como pensei. Achava que iria me despedir dos meus amigos, da minha família e da minha antiga vida com calma e sem dúvidas ou preocupações.

Mas viver não é bem assim, rsrs… e a vida às vezes muda nossos planos. Na minha penúltima semana de Brasil, com malas para fazer, apartamento para entregar e amigos para me despedir, peguei dengue. Foi uma corrida contra o tempo. Deu quase tudo certo. Sarei, fiz malas, entreguei o apartamento, mas não vi muita gente querida. E, nessa correria, me bateu uma incerteza sobre esse tal “tiro no escuro” que eu estava dando naquele momento, medo de largar o “ninho”, a minha zona de conforto.

Chegando em Dublin, o primeiro dia foi realmente estranho – mesmo este não sendo o meu primeiro intercambio. Estava muito frio, muito vento. Era tudo novo. Minha vida estava em duas malas e uma mochila.

Mas, a Dublin é encantadora e as coisas começaram a se encaixar rapidamente. Além de entender que a vida, às vezes, muda nossos planos, entendi ainda – como o texto fala -, “que a vida segue, com ou sem você por perto.” Isso realmente é libertador.

Já estou totalmente encantada com a cidade, que é basicamente “feita” de parques, igrejas e pubs!!


Stephen’s Green


Stephen’s Green

Os parques estão sempre lotados. Tem gente fazendo exercício, crianças brincando, casal namorando, turista passeando. Os irlandeses realmente têm costume de ir aos parques da cidade. E isso é uma delícia. Dizem que no verão é ainda mais legal, pois escurece 22 horas e dá para aproveitar ainda mais o dia.


Phoenix Park


Phoenix Park


Phoenix Park


Phoenix Park

Até agora conheci três parques. O Stephen’s Green, que é meu parque preferido na cidade, localizado no centro de Dublin; o Phoenix Park, que é o maior parque da Europa. Ele é realmente muito grande. É tão extenso que não parece um parque. O legal é que lá tem veados soltos no parque. São fofos e mansos, mas não é aconselhável chegar tão perto deles. Conheci também o War Memorial Gardens, um parque muito tranquilo, no lado do Phoenix Park, que faz uma homenagem aos mortos das grandes guerras. Mas, há muitos outros parques na cidade. Uns menores, nos bairros. Todos lindinhos.


War Memorial Gardens

Um dos primeiros lugares que todo mundo conhece chegando aqui é a O’Connell street, que é uma das – se não a – principal rua de Dublin. Ela acaba na O’Connell Bridge, principal ponte da cidade, por onde passa o Rio Liffey, que separa o lado par e ímpar de Dublin. Na O’Connell street fica a Spire, uma grande “agulha” de 120 metros de altura, que é o marco zero da cidade e um dos principais pontos de encontro para quem vai ao centro. Na frente da Spire, fica o prédio do correio de Dublin, o General Post Office (G.P.O), que é muito bonito também.


Nessa região estão lojas famosas, como a Zara e a Forever 21 e a loja mais conhecida de Dublin, a Pennyes, grande loja de departamento, com preços muito baratos.

Atravessando a O’Connell Bridge,  se “perdendo” e se “achando” entre as ruas da cidade, se chega à Dame Street, à Grafton Street e ao Temple Bar, famosa região dos pubs.

O primeiro é considerado o centro financeiro da cidade, onde estão a Trinity College e o Bank of Ireland – dois prédios muito bonitos de grandes. Já a região Grafton Street é o centro comercial da cidade, com muitas lojas famosas, como Channel e Mac. Na Grafton sempre tem também artistas de rua – seja músicos, malabaristas, mágicos. Sempre são muito bons e com bastante gente prestigiando. Ahh, as vezes é possível encontrar artistas brasileiros por lá, rsrs…


Trinity College

E, o Temple Bar é o lado boêmio da cidade. Lá tem muitos, muitos, muitos pubs, para você entrar de um em um e ver qual te agrada mais. Tem desde os mais pops, até aqueles que só tocam músicas irlandesas. Eu ainda não tenho o meu preferido e também não conheci esses de músicas tradicionais (quero muito conhecer), para deixar nomes e referências. Por enquanto, a minha dica é conhecer o máximo possível. Por lá, as pints –  como eles chamam os copos de cerveja -, com cerca de 500 ml de cerveja, não são tão baratos assim. Na maioria das vezes são 5 euros ou mais, depende da cerveja.

Dois pubs que quero conhecer e não tive tempo ainda é o Pub mais velho da Irlanda, que foi fundado em 1198, o The Brazen Head e o pub Whelan’s, que foi gravado cenas do filme PS: Eu te amo.

Ainda não conheci também a famosa St Patrick’s Cathedral e nem a Cathedral of the Most Holy Trinity (Catedral da Santíssima Trindade), conhecida também como Christ Church. A primeira é a maior igreja medieval da Irlanda e a segunda é a mais antiga igreja medieval do país. As duas são pagas para entrar. Mas, descobri que na primeira quarta-feira de cada mês, as atrações turísticas são de graça.

Não tive muito tempo de fazer turismo ainda. Estou me apaixonando pela cidade mais como moradora, do que como turista, rsrs. Nessas minhas três semanas de Dublin, estou correndo atrás de vistos e coisas burocráticas. Mas, o fato de acordar de manhã e ter neve na calçada e nos carros, de chover sem ter uma nuvem no céu, rsrs… e, até, os fortes ventos que quase me fazem voar, estão me deixando encantada todos os dias.

Sem falar que os Irlandeses são super educados e ajudam, na maioria das vezes, com um sorriso no rosto sempre que preciso.

Ahhh e aqui a maioria dos lugares tem wifi. Se a internet tiver aberta é só pedir a senha para o estabelecimento que eles liberam. Até nos ônibus tem wifi… que funciona de verdade e é de graça.

Sobre o transporte público da cidade. Dublin não tem metrô, tem o Luas, que é uma espécie de metrô em cima da terra, um elétrico. Mas, eu nunca precisei pegá-lo. Aqui as pessoas andam muito a pé ou de bike.

Eu ando muito de ônibus. Confesso que no começo achei meio confuso a forma que é feito o pagamento do bilhete. De 1 a 3 paradas, a viagem é 1,95 euros. De 4 a 7 paradas, o valor é 2,55 euros; de 8 a 13 paradas é cobrado 2,80 euros e acima de 13 paradas o preço é 3,60 euros. E três coisas interessantes. 1ª. É o passageiro que fala para o motorista – que também é o cobrador – quanto ele tem que cobrar.  2ª. Só são aceitas moedas no ônibus. Nem adianta tentar pagar com cédula, que eles não aceitam. 3ª. Mesmo se você for fazer uma viagem de 2,55 euros, se você entregar 3 euros para o motorista, ele não te devolve o troco na hora. Ele entrega um recibo e o passageiro tem que ir até a central de recarga de bilhetes, retirar o troco. Isso acaba incentivando as pessoas a andarem só com o “bilhete único”, agilizando o embarque e diminuindo atrasos. E, o “bilhete único” deles também tem vários “modelos”, semanal, mensal, de estudante. Ahhh, outra coisa boa também é que na maioria dos pontos de ônibus, tem aqueles placares eletrônicos com o tempo de espera para chegar o próximo ônibus. Eles costumam funcionar muito bem.

Mas, pela correria dos primeiros dias, não tive tempo de conhecer tudo que quero. Na verdade, falta muita coisa, como os pubs e as igrejas que falei mais em cima, a cervejaria e fábrica da Guinness, o Museu do Leprechaun, o Museu Nacional, o Dublin Castel e tudo mais que a cidade pode me oferecer, rsrs, que vou descobrindo aos poucos e contando para vocês.

E também vou contar logo, como foi a famosa festa de St. Patricks Day’s, que é dia 17 de março.

Estou amando a Irlanda, estou amando meu “tiro no escuro” e estou amando estar fora do “ninho”. Até.

Texto “É preciso ir embora” completo: http://antonianodiva.com.br/efemerides/e-preciso-ir-embora/

Texto by Flávia Pigozzi

Fotos by Paulo Henrique Pigozzi

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