Sampa aqui vamos nós… – a volta de Mangue Seco

“As viagens dão uma grande abertura à mente: saímos do círculo de preconceitos do próprio país e não nos sentimos dispostos a assumir aqueles dos estrangeiros.”

Baron de Montesquieu

Olá amigos Viveajantes…  depois de uma longa jornada… foram mais de 1.600 km desde São Paulo… passando por diversas cidades… Paraty, Arraial do Cabo, Marataízes, Itaúnas, Prado, Itacaré, Boipeba e por fim, Mangue Seco… agora é hora de dar meia volta e retornar ao ponto de partida, mas a emoção ainda não acabou… nesse retorno vamos narrar novas aventuras e conhecer lugares tão interessantes quanto os que já visitamos… Sampa nos aguarda, mas enquanto não chegamos, vamos aproveitar e visitar cidades e lugares que, com certeza, terão estórias para se contar e belezas para mostrar…

É isso aí pessoal… assim nos despedimos do paraíso com a promessa de não perder o pique… então faço aqui um convite… fiquem conosco porque estamos voltando para casa… e com vocês será bem mais gostoso… então, venham com a gente companheiros Viveajantes…

Depois de quatro maravilhosos dias nas terras das dunas, dos bugres e de Tieta, chegou a hora de arrumar as malas e voltar para o cinza paulistano.

Dia ensolarado, céu azul, um último vislumbre sobre essa paisagem sensacional… nos acomodamos na lanchinha e rumamos até Pontal… hora de pegar o carro e acomodar todas as compras no porta-malas, que por sinal, já está ficando pequeno… só para resumir são peças de artesanato, lembranças, bebidas (cachaças e licores de uma diversidade fantástica), camisetas e quinquilharias que ninguém resiste em não levar… depois de tudo arrumado, é hora de dar continuidade a nossa viagem, só que agora no sentido inverso… de volta para São Paulo.

De acordo com o planejado (isso é muito importante, e como já comentamos no início dessa jornada, sempre siga o plano de viagem), partimos em direção à próxima parada, Ilha de Itaparica.

Serão mais de 360 km em aproximadamente 5 horas de estradas tranquilas e com asfalto em boas condições.

Ficamos hospedados na Pousada Claro de Luar, muito bem localizada – em frente à praia que é banhada por águas calmas da Baía de Todos os Santos – um local muito simpático e com quartos confortáveis a um preço bem acessível.

A avenida Beira Mar (onde fica a pousada) é bem calma e tem como peculiaridade suas edificações, na maior parte grandes casarões antigos, dos quais, boa parte transformados em pousadas.

Essa avenida segue até o Terminal de Bom Despacho, onde partem as embarcações, mais conhecidas como Ferry Boat, que ligam a Ilha de Itaparica a Salvador.

Esse é um passeio bem interessante e o meio mais rápido (a travessia dura em torno de 45 minutos) de ligação entre as duas cidades… se você tiver sorte pode até avistar golfinhos que costumam acompanhar as embarcações.



Maior ilha da Baía de Todos os Santos, Itaparica tem 240 quilômetros quadrados de extensão. Destino badalado no passado, mantém suas vantagens: ambiente pacato alcançado em viagem de apenas 20 minutos de catamarã a partir de Salvador e bonita vista da capital.

A ilha é dividida em dois municípios. O que dá nome à área guarda casarões coloniais e construções que datam dos séculos 17 e 18, como a igreja de São Lourenço (1610), Fortaleza de São Lourenço (1711), Capela de Nossa Senhora da Piedade (1622) e Fonte da Bica (1842).

 

Infelizmente foi uma passagem muito rápida por Itaparica – apenas um pernoite e tudo de acordo com o planejado. Mas fica aqui a dica, se você viajar a Salvador e dispor de um tempinho, não deixe de visitar a ilha, a travessia da Baía de Todos os Santos de ferry boat, a oportunidade de ver a metrópole por um outro ângulo e o passeio por um lugar histórico e com praias de águas mornas e calmas já valerá muito a pena.

Amanheceu e estamos de partida para Canavieiras, no sul da Bahia… serão mais de 470 km e aproximadamente 7 horas de viagem… esse foi sem dúvida um dos trechos mais difíceis e cansativos, muito em virtude do movimento da estrada (BR 101), com muitos caminhões e a necessidade constante de ultrapassagens, o que tornou percurso perigoso e refém de muita atenção.

Capital baiana do caranguejo, a pacata Canavieiras, a 120 quilômetros de Ilhéus, guarda muitas surpresas. Além dos crustáceos, servidos em larga escala nas barracas de praia graças aos mangues que cortam a região, a cidade ostenta também o título de point da pesca oceânica. A atividade é praticada durante o verão em um banco de corais a 24 milhas da costa. O local é considerado um dos melhores do mundo para fisgar o marlim-azul e outros peixões que chegam a pesar uma tonelada.


Além de se deliciar experimentando as diversas receitas de caranguejo, outro passeio bem legal é caminhar pelo centro histórico com seu casario preservado que data dos séculos XIX e início do XX e nos remetem aos tempos do Ciclo do Cacau.

O passeio de barco também é bem legal… roteiros variados levam aos manguezais e comunidades ribeirinhas da região. Entre os passeios mais procurados está o que conduz às vilas de Barra Velha – destaque para o banho de lama medicinal.

Claro que não podem faltar as praias, afinal Canavieiras é uma cidade litorânea e possui mais de 40 quilômetros de orla recortada por rios, manguezais e reservas de mata Atlântica, além de diversas ilhas salpicadas de coqueiros. O sossego é constante nas praias da região, com exceção da praia da Costa, na ilha de Atalaia – no verão, as barracas que servem caranguejos fresquinhos ficam lotadas.


Canavieiras é realmente uma bela cidade e tem muito a mostrar, mas o caminho de volta é longo e não pudemos nos demorar… ficamos apenas um dia e percebemos que deixamos de fazer e conhecer coisas bem interessantes… mas ficam aqui as dicas para aqueles que pretendem visitá-la… venham sem pressa porque a natureza aqui é muito rica e vale a pena esticar sua passagem para usufruir de todas as suas maravilhas.

Partimos bem cedo rumo ao nosso próximo destino, a cidade de Alcobaça… seguimos pela rodovia BA-274 para alcançar a BR-101, contudo, foi um trecho terrível… uma estrada péssima, com muitos buracos e sem sinalização… foi realmente uma grande aventura rodar nessas condições.

Alcobaça é uma cidade pequena, de aproximadamente 20.000 habitantes, muito simpática e que está localizada no extremo sul da Bahia com acesso pela BR101… se você vem do norte, ao chegar em Itamaraju, seguir pela BR 489 até Prado (52km) e depois pela BA 001 por 26km. Para quem vem do sul, ao chegar em Teixeira de Freitas, seguir pela BA 290 por aproximadamente 60km.

Alcobaça faz parte do “eixo turístico” denominado Costa das Baleias, uma região praticamente intocada, de mar azul e águas mornas e cristalinas e reduto do maior e mais diversificado conjunto de recifes de corais do Atlântico Sul – um total de 17 espécies no Parque Nacional Marinho de Abrolhos-, abrigo de uma vasta fauna e flora, ilhas vulcânicas, manguezais e canais de maré.

Além de sua natureza exuberante, uma costa com belas praias e calor o ano inteiro, a maior atração dessa cidade fica por conta da visita regular das baleias Jubarte, um espetáculo que o turista confere por meio de passeios de barco (partem constantemente do porto), o qual é considerado imperdível.


Outro passeio bem legal é caminhar pelo centro histórico de Alcobaça e vislumbrar seu patrimônio arquitetônico, a igreja matriz e seus sobrados coloniais valem muitos cliques de suas máquinas fotográficas.

Agora é hora de dar adeus a essa cidadezinha bem atraente e botar o “pé na estrada”… deixando as terras baianas seguimos agora para a cidade de Piúma no Espírito Santo.

Depois de uma viagem de mais de 8 horas e 520 km de percurso, enfim chegamos a esse pequeno balneário no litoral sul capixaba.

Após nos acomodarmos no hotel, fomos fazer um pequeno passeio pela orla… a cidade possuí uma boa infraestrutura turística… rede hoteleira, restaurantes, lojas de artesanato, tudo isso existe, porém não é um lugar que encanta… uma praia e orla bem comuns, ou seja, nada que valha mais que um final de semana. Vou deixar claro que estou relatando uma primeira impressão da área central, o que não quer dizer que não existam lugares/bairros mais distantes que sejam bonitos e interessantes de se visitar…ok?!?!?!

Apenas pernoitamos em Piúma e logo cedo partimos em direção a nossa última parada antes de Sampa, a cidade de Maricá no Rio de Janeiro.

Outro percurso bem cansativo, mais de 400 km em aproximadamente 6 horas de viagem.

Devido ao cansaço da viagem e a passagem rápida pela cidade (apenas um pernoite), não vimos muito de Maricá, mas fica registrado a Lagoa de Maricá como um ponto turístico bem concorrido e interessante… sua orla também é bonita e bem cuidada.

Nessa última noite longe de São Paulo creio que a ansiedade do retorno para casa nos fez perder o sono. O dia amanheceu e já estamos prontos para a última e não menos longa etapa dessa aventura… após mais de 7 horas e quase 500 km de estrada, depois de vários percalços e “idas e vindas”, eis que chegamos a Sampa…

Com esse breve relato do caminho de volta… aqui termina oficialmente a nossa aventura a Mangue Seco…

Espero que de alguma forma os meus textos tenham agradado e servido para aumentar ou mesmo desabrochar aquela vontade de se aventurar e conhecer novos lugares, novas paisagens, novos povos… em resumo….. VIVEAJAR!!!

Um grande abraço a todos e até a próxima aventura……..TCHAU….

Texto by Júlio Cesar. Fotos by imagens web.

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