A paradisíaca Mangue Seco

“Todas as viagens são lindas, mesmo as que fizeres nas ruas do teu bairro. O encanto dependerá do teu estado de alma.”

Rui Ribeiro Couto

Olá amigos Viveajantes… cá estamos para relatar a última etapa dessa nossa aventura até às terras de Tieta… conto, mais uma vez, com a companhia de todos… então, vamos lá…

Saímos de Boipeba bem cedo e pegamos o primeiro barco para o povoado de Torrinhas onde deixei o carro num estacionamento local. Exceto o trajeto entre Torrinhas e Taperoá, cujas estradas são muito ruins, o restante do percurso foi tranquilo, em rodovias bem conservadas e de pouco movimento. Rodamos pouco mais de 400km, num tempo aproximado de 6 horas de viagem, para chegar até a cidade de Pontal, já no estado de Sergipe, a qual é o ponto de acesso até Mangue Seco.

Deixamos o carro num estacionamento local e aguardamos a lancha (já combinada com a pousada) para fazermos a travessia do Rio Real e desembarcar na tão aguardada Vila de Mangue Seco.

“Mangue Seco é a última praia no extremo norte do litoral baiano localizado no município de Jandaíra, fazendo fronteira com o estado de Sergipe. A beleza do local foi bem retratada na novela “Tieta”, veiculada pela rede Globo e inspirada no romance “Tieta do Agreste”, de Jorge Amado. Esta produção incentivou ainda mais o turismo no local, quando o Brasil passou a conhecer toda a beleza do lugar, que resguarda numerosas dunas e paisagens primitivas de rios e mar.”


A dificuldade do acesso – exclusivamente de barco, através do Rio Real – é o que torna Mangue Seco mais atraente e a mantém naturalmente rústica. As poucas ruas são cobertas de areia fina e macia. À noite, crianças ainda brincam de roda e de esconde-esconde, enquanto os visitantes ouvem histórias antigas, contadas por pescadores ou, ainda, participam de serenatas junto à população nativa. Pouco iluminada, a vila oferece uma noite estrelada, com beleza extraordinária nos períodos de lua cheia.

Ficamos hospedados na Pousada Suruby, que oferece ótimas acomodações a um preço bem justo, contudo o seu maior diferencial é, sem dúvida, sua localização privilegiada à beira do Rio Real, já quase em sua foz, o que proporciona um visual maravilhoso, principalmente ao entardecer.


Em Mangue Seco a vida corre meio que em “câmera lenta” e isso é realmente muito bom… sem pressa, sem carro, sem trânsito, sem stress… é um lugar para você saborear devagar e apreciar todos os momentos que sua exuberante natureza lhe proporcionará.

A Área de Proteção Ambiental de Mangue Seco foi criada em 1991, entre o estuário do Rio Real e o mar, com 3.395 hectares de área. Possui ambientes costeiros como manguezais, restingas, coqueirais, pequenos charcos e dunas fixas e móveis. É o habitat de várias espécies de peixe, aves migratórias, jacarés de papo-amarelo e a preguiças de coleira, ameaçados de extinção, entre outros animais.


Caminhar é uma das maiores curtições de Mangue Seco… suas ruas cobertas de areia branca e fofa são um convite para andar… andar… e andar…

Depois de conhecer a vila e, claro, parar em todas as lojinhas de artesanato, o ideal é passar o resto do dia na praia, e por sinal, que beleza de praia…

Como a pousada fica à beira do rio, o caminho mais fácil e rápido para se chegar à praia é seguir beirando o muro já com água no joelho (água quentinha e esverdeada) e seguir por uma ruazinha rodeada de coqueirais e claro, muita areia durante todo o percurso…em menos de um quilometro de caminhada você chega à praia.


Com uma água morna, cristalina e de um azul deslumbrante, as praias de Mangue Seco estão entre as mais belas da Bahia e do Brasil…  um convite ao mergulho e um refresco para as altas temperaturas da região.

Apesar da época ser de pouco movimento (estivemos por lá em agosto, ou seja, fora de temporada) encontramos alguns restaurantes abertos… e o legal é que suas barracas, bem próximas a água, são de madeira com cobertura de folhas de palmeira e todas equipadas com redes… para dar aquela espreguiçada após o almoço ou simplesmente para deitar e contemplar o céu azul e todo o cenário maravilhoso em sua volta.


Já que você está no céu então desfrute… “estacione” numa dessas barracas de manhã e só retorne no final da tarde… os ingredientes para aproveitar o dia estão todos ali… mergulhe, caminhe sem pressa, recolha conchinhas (é o que não falta… com diversas cores e formatos), fotografe muito, deguste uma bela porção de camarão a um precinho camarada, saboreie deliciosas caipirinhas e cervejas estalando de geladas sem remorso… enfim, aproveite cada minuto desse paraíso…

Na volta ao vilarejo, contemple o pôr-do-sol. Em Mangue Seco não há muita diversão noturna, por isso a dica é curtir a tranquilidade do lugar e bater um papo com os moradores, de preferência apreciando uma loira bem gelada. Alguns restaurantes na localidade ficam abertos até o último cliente.

Pouco iluminada, a vila oferece uma noite estrelada; se a lua é cheia, o rio reflete sua luz e a paisagem é deslumbrante. Se preferir, pode-se caminhar pelas dunas. Uma outra opção é caminhar pela margem do rio Real. Os coqueiros se debruçam, curvando o tronco sobre as águas e lembram as paisagens e as personagens dos romances de Jorge Amado.

Esse é realmente um cenário de tranquilidade e contato com lendas, personagens e natureza ainda preservada… o vilarejo parou no tempo e o turista agradece…

Algo que você não deve deixar de fazer em Mangue Seco é o passeio de bugre, que é o melhor e praticamente o único meio de conhecer o máximo possível em menos tempo… e sem contar a emoção que é o subir e descer as imensas dunas em “alta” velocidade… muito legal!!!

O tour pelo Mangue Seco dura cerca de 40 minutos e custa em média R$ 50,00 (preço único que pode ser dividido por no máximo quatro pessoas). A primeira parada costuma ser o pequeno povoado, com casas pequenas e simples que formam, juntas, uma espécie de círculo tomado pela areia fina no chão. Uma igrejinha branca e de portas azuis, diz o bugreiro, “é a da Perpétua”, onde a personagem beata, irmã de Tieta, costumava mostrar sua devoção religiosa.

Outra parada obrigatória nesse passeio é a visita a “Romeu e Julieta”, que são dois coqueiros, um ao lado do outro, e que viraram marca registrada da novela Tieta.

Se você procura luxo, tecnologia ou refinamento, com certeza Mangue Seco não é o local para se visitar. Aqui só se encontra natureza, simplicidade e muita, muita tranquilidade.

Existe um bom número de pousadas em Mangue Seco, todas muito simples porém bem confortáveis e com preços bem convidativos.

Também encontramos uma boa quantidade de restaurantes que compensam a ausência de luxo com ótimos pratos e preços que não irão doer no bolso.

Bom galera, isso foi só uma pequena pincelada sobre esse lugar mágico que é Mangue Seco… se te deixou com água na boca então venha… tenho certeza que não vai se arrepender!!!

E aqui eu me despeço de todos os companheiros Viveajantes que nos acompanharam durante esses meses nessa jornada que começou lá atrás, em Paraty… lembram???

Pois é… chegamos ao fim dessa aventura e espero que todos esses posts tenham servido para, igual àquela picada do mosquitinho, contaminá-lo com o vírus da vontade de viajar…

Então o que está esperando??? Levante desse sofá, prepare a mochila e pé na estrada… a vida está lá fora e lhe espera de braços abertos… aproveite e viva… “viveajando”!!!

No próximo post falarei sobre nossa viagem de volta a Sampa… farei um apanhado das diversas paradas, lugares e cidades que visitamos nesse trajeto… foi bem legal!!!

Agora damos adeus a essa pintura de lugar que é Mangue Seco… por isso peço que continuem conosco porque novas aventuras virão, juntamente com novos lugares e novos encantos… um grande abraço a todos e até breve!!!

Como chegar a Mangue Seco:

O acesso para Mangue Seco deve ser feito a partir da cidade de Pontal, em Sergipe, a 250km de Salvador. Saindo da capital baiana, deve-se seguir pela Avenida Luis Viana Filho, mais conhecida como Avenida Paralela, logo após Estrada do Coco (BA-099) e, em seguida, Linha Verde com a empresa de ônibus Expresso Linha Verde (71) 3450-0321. Pontal fica a 28Km de distância da divisa entre os dois estados.

Em Pontal, pode-se chegar a Mangue Seco através da travessia do Rio Real ou pela praia, utilizando bugres, carros de tração, ou até mesmo através de caminhadas, a partir da Costa Azul, durante a maré baixa.

Caso o visitante prefira atravessar o Rio, deve-se deixar o carro em um dos estacionamentos particulares de Pontal e seguir em embarcações que fazem a travessia de passageiros. Algumas delas são jangadas em fibra de vidro, muito modernas, que fazem o percurso rapidamente. Tem também as embarcações mais rústicas, que, embora mais lentas, também são muito acessadas pelos visitantes.

Informações Úteis:

A locomoção em Mangue Seco é somente a pé ou pelos bugres.

Energia 220V.

Boa cobertura de telefonia celular.

Não existem bancos nem caixas eletrônicos em Mangue Seco; alguns estabelecimentos aceitam cartão de crédito mas é bom ter dinheiro, trocado de preferência.

Indispensável: protetor solar, chapéu, chinelos e sandálias baixas e roupas leves.

Sites interessantes:

http://www.feriasbrasil.com.br

http://viagem.uol.com.br/

http://www.gostodeler.com.br/

http://www.terra.com.br/turismo/roteiros

Fora essas curiosidades, a dica é apreciar o cenário deslumbrante que do alto das dunas lhe proporciona… é realmente indescritível!!!

Texto e fotos by Julio Araujo.

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