Parques de Orlando – Legoland

Dando continuidade ao ESPECIAL PARQUES DE ORLANDO (veja o primeiro texto no link) trago para vocês, Viveajantes, no post de hoje, um parque menos exuberante que os Disney ou Universal, mas uma  pedida interessante para quem tem filhos pequenos, o Legoland Florida.

Adoro o conceito que envolve o nome Lego. Já li livros e vi documentários a respeito de sua história. De verdade, sempre me inspirei pelos altos e baixos passados por seu criador, um pai de família da Dinamarca. E não só isso. O parque que existe na Europa sempre me chamou a atenção. Imagine só várias construções de todo o mundo, com sua arquitetura múltipla, recriadas com aquelas pecinhas da Lego… impressionante, não?

Algumas pessoas haviam me alertado para o fato de o parque da Florida ser uma atração muito mais direcionada às crianças. Mas tinha em minha cabeça algo completamente diferente. Um parque com estrutura impecável, com construções absurdamente magníficas, que valeria pela curiosidade de ver tudo construído com Lego, TUDO… com preços razoáveis, e mesmo que direcionado a uma audiência mais infantil, ainda assim com algumas opções para o público mais velho. O que encontrei lá, na verdade, vai um pouco contra tudo isso que imaginei…

Vale dizer que saí do Brasil com os ingressos comprados. Você poderá comprar nos EUA, no próprio parque, nas diversas agências e, em alguns casos, até no hotel. Minha decisão foi por ter a possibilidade de parcelar o pagamento, já que se eu comprasse no parque, por exemplo, teria que providenciar o pagamento à vista, em dinheiro, ou comprometer uma parte do cartão de crédito. No meu caso, o único trabalho maior foi mesmo o de ter que retirar os ingressos na agência responsável pelo receptivo lá em Orlando.

Diferente do que acontece com os parques mais “famosos” de Orlando, que oferecem transporte gratuito, com serviço leva e trás, o Legoland está cerca de 50 minutos de Orlando indo de carro, e a menos que você tenha combinado essa parte com uma agência, ou algum transporte pago oferecido por outras partes, será obrigado a recorrer ao aluguel de um veículo.

Embora dirigir por Orlando seja fácil, o caminho para o parque precisa de atenção. São muitas saídas, e se você não estiver atento ao mapa ou ao GPS, pode ir parar em Tampa ou em Fort Myers (acredite, isso pode acontecer…). Você passará por uns 3 pedágios até lá (os pedágios costumam variar entre 1 e 2,50 dólares, e se você não tiver o dispositivo para passar direto, precisa pagar em moedas, uma vez que nem todos os pedágios têm uma cabine para pagamento em dinheiro com opção de troco), e o estacionamento do parque é cobrado (20 dólares se você quiser estacionar pertinho do parque, ou 14 dólares se optar por ficar mais longe). Aqui vale uma observação. Não entendi a diferença de valor no estacionamento, até porque no dia que estive lá, o parque estava VAZIO, então eu paguei 14 dólares e estacionei pertinho do parque do mesmo jeito. Talvez, em um dia de muito movimento, você prefira a outra opção…

O estacionamento do parque é bem organizado e sinalizado. Mas não deixe de decorar onde deixou o carro. Ter que procurar por ele no final do dia, após andar o tempo todo, não é uma ideia muito interessante. Uma sugestão legal é a de fotografar a placa que identifica o local de estacionamento.


A sugestão para a bagagem de mão é a mesma dos outros parques, uma troca de roupa, para o caso de você brincar em alguma atração mais molhada, uma capa de chuva, uma garrafa de água, que poderá ser abastecida nos vários bebedouros espalhados pelo parque (uma pequena observação… em alguns parques, apesar da fartura de bebedouros, o gosto da água não é dos melhores, por isso, se preferir, passe num supermercado e compre algumas garrafinhas), protetor solar, um chapéu, e um agasalho (em algumas épocas o frio pode ser muito chato no final do dia). Alguns ainda levam barrinhas de cereal, salgadinhos e mais umas tranqueiras para comer ao longo do dia. Além da câmera fotográfica com pilhas/baterias extras. Enfim, apesar de parecer uma mochila de guerra, você estará preparado para todas as ocorrências do dia.


Bom, você chegou ao parque e, cadê todo mundo? Não sei se eu tive muita sorte, ou se o movimento é aquilo tudo. Passei pela Legoland em setembro e estava tudo muito, mas muito vazio. Apesar do arco de entrada, você demora um tempo para perceber que já chegou e entrou no parque. Dinossauros com jatos de água divertem algumas crianças, e com certo receio da experiência, você vai entrando… e para ajudar a minha experiência, o céu preparava uma chuva daquelas… A verdade aqui é nua e crua. Se você tem filhos até os 10 anos de idade, a Legoland pode ser um parque para curtir até acabar com a energia dos pimpolhos. Mas se você vai com crianças acima dos 10 anos, ou vai acompanhado só de adultos, o Legoland será o parque mais frustrante que você visitará em sua vida.


Como já contei pra vocês, eu tinha uma expectativa para o parque, que não foi atendida. Sabia que era um parque para crianças, mas não exclusivo para crianças, afinal de contas, e os pais? E aqueles que levam os filhos mais velhos? Bom, em alguns dos brinquedos, as crianças podem ser acompanhadas por um dos pais. De preferência o menor deles, pois nada que existe lá comporta um adulto com dimensões fora do “esquadro normal” dos seres humanos. Ou seja, se você é muito grande, em qualquer dos sentidos, não vai caber em nada do que existe lá.

Para não ser extremamente cruel, existe um grande elevador em Fun Town e um jogo de tiro em Land of Adventure que tentam agradar a audiência maior entre os visitantes. O bom disso é que você sai de lá craque em tiro e sem nenhum medo de altura. No mais, até o carrossel, e olha que eu sou um grande fã de carrosséis, não servem para os adultos ou crianças grandes. Você pode ver o mapa das atrações no link.

Mas devo confessar que o que mais me decepcionou no parque foi a (falta de) educação dos funcionários, e a manutenção das construções e das atrações. Creio mesmo que não acertei no dia, mas durante a minha visita vi um monte de funcionários estressados, sem sorriso no rosto, que só queriam distribuir broncas, e que pareciam cansados e nem aí para os visitantes. E pensando na qualidade dos seus brinquedos, vi um parque Legoland sem nenhum cuidado com a manutenção das suas atrações. Muitas daquelas construções de Lego nem funcionavam. A criança ficava apertando o botão, e você via o fiozinho solto correndo de um lado para o outro sem o carrinho onde ele deveria estar preso. Ou o grande navio que estava metade afundado, mas ainda assim tentava atravessar a pequena “banheira” que simulava ser o mar. Em alguns casos, como na parte da série Guerra nas Estrelas, você via a gigantesca nave toda cinza montada, e em algumas partes um Lego amarelo ou verde adaptado, como se tivesse faltado pecinhas para completar a construção. E por estar em área aberta, todas essas estruturas estavam com marcas do tempo, com descascados e amareladas.


Pode ser chatice minha, mas não esperava esse tipo de situação em um parque que está atrelado a uma marca de brinquedos tão cara e com tamanha qualidade que, infelizmente, não se traduz nas suas atrações.


Mesmo as lojas sofriam com a pouca variedade, falta de peças de reposição, e os preços pouco competitivos (iguais aos das lojas de brinquedos locais ou até mesmo mais caras que em alguns mercados). Um fiasco para os colecionadores que buscam mais variedade e esperam encontrar no parque.


Ao menos a refeição consegue salvar um pouco a falta de diversão. No Pizza & Pasta Buffet, localizado na área da Fun Town, você paga 15 dólares e consegue comer tudo o que aguentar, com algumas boas opções de massas, saladas e pizzas. Com bebida já inclusa. Não fosse somente o preço bastante atraente, a qualidade da comida surpreende, e o lugar se transforma em um excelente point para recuperar as energias e conseguir uma boa refeição.


Apesar de não atender as minhas expectativas, o parque parece bem divertido para a criançada menor. Talvez seja uma boa opção para quando um dos pais parte para as compras, deixando o outro cuidando dos filhos, ou mesmo para aqueles que procuram atrações menos radicais.


O parque está dividido em temas que se relacionam às coleções da Lego, como Chima, Lego The Movie, Lego City, Duplo e Technic. E para cada uma delas tem uma seleção bem curiosa de atrações. Em alguns casos, até montanhas russas. Além disso, existem vários jogos de “sorte” espalhados pelo parque, daqueles em que você precisa acertar a argola na garrafa, ou derrubar os pinos com uma bola de meia. Os prêmios são pelúcias diversas, sem muita relação com a marca Lego.


Existe uma brincadeira patrocinada pela Ford, em que as crianças fazem uma espécie de teste de trânsito, e que podem ganhar uma carteira de motorista (de brincadeirinha) ao final da diversão. A ideia é conscientizar a criançada para o trânsito do mundo adulto, fazendo com que respeitem pedestres, sinalização, e os carros das outras crianças.


E você ainda pode se divertir com o “jardim” de estruturas construídas com Lego. Se você não se atentar muito para a parte de manutenção da coisa toda, pode até se encantar com as reproduções e criações.

Enfim, se você tem filho(s) pequeno(s) e quer brinquedos mais tranquilos para a diversão dele(s), o Legoland Florida pode ser uma boa pedida. Mas não espere o mesmo esmero no atendimento e na manutenção do parque que você provavelmente encontraria em qualquer outro canto de Orlando. O parque atrai pelo nome e a relação com o brinquedo, e vale a visita, mas quem conhece dificilmente arrisca o repeteco.

Mas e você, já conhece o Legoland Florida? Tem alguma sugestão diferente da que dei por aqui? Algum outro roteiro ou atração imperdível? Não deixe de escrever e mandar sua contribuição. Até o próximo post.

Texto e fotos by Ricardo Seripierro.

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