Natureza + Aventura = Chapada Diamantina (Episódio 2)

Olá amigos Viveajantes… continuamos aqui na boa terra para relatar nossas aventuras na espetacular Chapada Diamantina.

Após um dia intenso e de muita caminhada ao redor da cidade, podemos dizer que conhecemos todo o entorno de Lençóis, mas isso já ficou para trás… mais precisamente no nosso post anterior… o primeiro episódio de nossa aventura, e que você pode ler aqui.

Agora, eu e minha filhota vamos esticar o nosso passeio e conhecer alguns lugares e cidades mais ao sul do parque, ou seja, vamos rodar o dia inteiro e aproveitar cada segundo dessa natureza fantástica e que é a principal atração do Parque Nacional da Chapada Diamantina.

Acordamos cedo e, depois de um farto café da manhã, pegamos a estrada em direção às cidades de Andaraí e Mucugê…primeiro a BA-144, uma rodovia curta com menos de 20 km de extensão, que liga Lençóis a BR-242.

Na BR rumamos para o Leste até o entroncamento com a rodovia BA-142, estrada que será nosso passaporte para conhecer o lado sul da Chapada.

Rodar pela BR-242, apesar de nesse trecho a paisagem da Chapada ainda lhe fazer companhia, não é algo muito prazeroso pelo fato dos inúmeros caminhões que trafegam por essa rodovia e, desse modo, a atenção deve ser redobrada, pois o perigo é algo constante.

Mas, quando se está de férias, a pressa é algo fora do nosso “cardápio”, portanto, percorremos esse trecho sem acelerar demais e com muita cautela. Já a BA-142, mesmo sendo uma estrada com pista simples, é muito gostosa para dirigir… o asfalto é bom durante quase todo o percurso e a paisagem é deslumbrante.


Um dos pontos turísticos mais famosos de Andaraí são as praias do rio Paraguaçu, o qual é possível atravessar por uma ponte antiga e bem estreita (passagem de um veículo por vez), contudo, devido ao período de estiagem, o rio ou os rios da região da Chapada encontravam-se quase secos, o que diminui em muito a beleza dessas atrações… infelizmente!!!


Eram pouco mais de 10 horas quando chegamos à cidade de Andaraí… ela é cortada pelo rio Paraguaçu, que apesar de seco, suas pedras à mostra podem ser consideradas uma bela atração além, é claro, dos paredões da Chapada que formam uma paisagem muito bonita de ser ver.

“Situada na encosta leste da Serra do Sincorá, às margens do Rio Baiano, Andaraí significa “Rio dos Morcegos”, na língua dos índios Cariris, primeiros habitantes da região. Segundo a tradição, Andaraí foi fundada em 1845, pelo Capitão Joaquim de Figueiredo, e logo se tornou um dos locais preferidos pelos garimpeiros durante a corrida em busca de diamante e ouro. Às margens da estrada que liga Mucugê a Lençóis, Andaraí oferece fácil acesso às atrações da Chapada Diamantina e possui muitas opções de hospedagem.”


Caminhar pelo Centro de Andaraí é um prazer a parte… parece que voltamos no tempo ao circular por suas ruas em meio a seus casarões coloniais que datam do século XIX… vale a pena visita-la…


Continuando nossa caminhada pela cidade encontramos outros pontos interessantes e que valem uma boa olhada e alguns cliques fotográficos… a ponte de ferro que atravessa o rio em direção a uma pequena capela, a própria capela construída nas costas de uma formação rochosa muito bonita… uma pequena casa de pedra, aliás ela mais parece uma caverna com porta e janela pois utilizou toda a rocha como suas paredes, muito legal de se apreciar… e, como não deixar de ser, a estátua do Cristo, só que esta fica ao pé de um imenso paredão, que pode ser melhor definido como uma obra divina ou Chapada Diamantina.



Mais do que história ou garimpo de diamante, Andaraí é um dos portais da Chapada e por isso o que não faltam são trilhas que a penetrem e marquem a cidade como um de seus postais… é muito legal iniciar uma caminhada por elas, em meio a rochas e sua mata cerrada, seguindo pelo leito seco de seus rios… é um mundo fantástico de união entre homem e natureza praticamente intocada… fantástico!!!


Depois de ótimos momentos em Andaraí partimos agora em direção à curiosa e não menos bela Vila de Igatu.

Após rodarmos alguns quilômetros pela rodovia principal acompanhamos as placas e entramos à direita numa estrada… e que estrada….


Parece que você entrou no túnel do tempo e foi parar numa estrada imperial portuguesa em pleno século XIX… toda feita de pedra, uma obra de engenharia fantástica… não sei em que época foi construída mas antiga com certeza é…

“Acredita-se que Igatu ou Xique-xique (como era conhecida) foi descoberta por volta de 1840, por garimpeiros e eles é que fizeram as obras em pedra que você pode encontrar por lá. Os próprios garimpeiros chegaram a destruir ruas inteiras em busca dos últimos diamantes o que deu início aos cerca de 7Km de ruínas que hoje podem ser visitadas. Igatu fica na Serra do Sincorá, seu desenho é de infinita beleza, como toda a Chapada Diamantina: vales profundos, chapadões o verde misturado ao cinza, marrom e rosa da secura do sertão. A vila que já teve por volta de 15 mil habitantes, conta com menos de 500 e é uma verdadeira cidade de pedra, sagrada pra quem viveu lá durante o auge do ciclo do diamante.”



A passagem por Igatú foi rápida, mas merecia um tempo bem maior… contudo, planejamento é planejamento, então pé na estrada rumo a Mucugê porque o tempo é escasso e ainda há muito o que ver…

Chegamos a Mucugê por volta das 14 horas e fomos procurar um lugar para almoçar… o que chama a atenção nessas cidades do interior baiano é que tudo fecha para o almoço… até os restaurantes (rs…brincadeira…)… eu digo isso porque foi muito difícil encontrar um local aberto para o almoço… nesse horário a cidade esvazia, você não vê quase ninguém nas ruas… aliás, encontramos um restaurante que estava movimentado graças a uma excursão de jovens estudantes da região… é uma cultura curiosa e bem interessante… muito legal…

Comemos rápido porque não tínhamos muito tempo para conhecer a cidade… então, fomos às ruas….

Mucugê é um lugar muito agradável e os paredões da Chapada embelezam e tornam o clima bem ameno… é uma cidade histórica e com um casario colonial muito bonito e bem preservado.

“Nesta linda cidade, foram descobertos os primeiros diamantes da Chapada Diamantina, em 1844. Uma de suas atrações mais interessantes é o único cemitério de estilo bizantino do Brasil, que chama a atenção de quem chega à cidade.

Mucugê é tombada como patrimônio nacional pelo Instituto Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e foi construída nas margens da Serra do Sincorá.

Rodeada por montanhas, a temperatura média na cidade é de 19˚C. O seu principal destaque é o Parque Municipal de Mucugê, onde está localizado o Parque Sempre-Viva, projeto bem-sucedido de educação e preservação ambiental, além do Museu Vivo do Garimpo. É também um município privilegiado, já que 52% do seu território são cobertos pelo Parque Nacional da Chapada Diamantina. As principais atrações culturais da cidade são os festejos de São João, o Festival de Chorinho e o Vozes na Chapada.”

Andar por Mucugê é fácil, rápido e muito agradável… seus casarões coloniais, as duas igrejas, a praça com coreto e suas ruas de pedras (a cidade conta com apenas duas avenidas centrais, ambas de paralelepípedo, uma continuação da outra) são um convite para caminhar sem pressa…parece que voltamos no tempo… mais precisamente à época do ciclo da mineração de diamantes na Bahia, riqueza responsável pelo surgimento de várias cidades no entorno do Parque da Chapada Diamantina…é simplesmente uma sensação fantástica.

Mas como já passa das 17 horas temos que retornar… afinal a viagem até Lençóis é longa e a noite por aqui cai rápida… porém, antes disso, não há como resistir em dar uma parada ligeira para conhecer o Museu do Garimpo, que fica à beira da rodovia e pouco antes da entrada da cidade… então venha conosco para conhecer o responsável por tudo isso… aquela pedra brilhante chamada diamante… vamos lá…

O museu conta a história da extração de diamantes na Chapada e reproduz uma antiga moradia de garimpeiros, nela há uma exposição de máquinas de lapidação usadas no século 19 e uma réplica do maior diamante encontrado no mundo. Além de tudo isso, fomos brindados pelo guia local com uma breve e muito interessante palestra sobre a formação e os tipos dos diamantes e a exploração do diamante desde a época da colonização portuguesa nas principais cidades, Mucugê, Andaraí, Lençóis e Palmeiras.

Para quem curte história do Brasil como eu, essa visita foi realmente fascinante. Segundo o guia do museu, que, aliás, nos deu uma bela aula sobre o tema, o local da exposição foi uma antiga “alfândega” da Coroa Portuguesa, onde eram vistoriadas as tropas com os carregamentos das pedras preciosas e onde se cobravam os impostos sobre os diamantes retirados e transportados.

O Museu fica nas margens da estrada por onde eram transportados os diamantes… é muito legal, porque você segue por ela como se fosse uma trilha de areia no início e um pouco mais a frente ela passa a ter piso de pedra original da época da mineração… o bacana é que no caminho a gente encontra placas de pedra com informações sobre a estrada e sua história.

E com a lembrança desse belo entardecer na Serra do Sincorá que nos despedimos dessa aventura fantástica que foi conhecer as cidades de Andaraí, Mucugê e a Vila de Igatu… com certeza não conhecemos nem 1% de tudo o que essa região tem a nos oferecer, mas como o tempo foi curto aproveitamos ao máximo o que ele nos proporcionou… espero que a galera tenha curtido esse passeio e fica aqui o convite para nos acompanhar no terceiro episódio de nossa empolgante saga na Chapada Diamantina… então não se esqueçam, fiquem ligados no Viveajantes, um grande abraço e até a próxima!!!

Links interessantes:

http://www.guiachapadadiamantina.com.br

http://www.chapadadiamantina.com.br

http://www.andarai.ba.gov.br

http://bahia.com.br

http://mochilabrasil.uol.com.br

Texto e fotos by Julio Araujo.

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