Como aproveitar o Ano Novo em Paraty

Pela primeira vez na vida passei o réveillon na praia, com os pés na areia e pulando as sete ondinhas. Na virada de 2014 para 2015 estava em Paraty e foi uma delícia. Além de começar o novo ano, até então, de maneira nova para mim, também aproveitei para iniciar as despedidas do verão brasileiro, que amo, – em fevereiro vou me mudar para Dublin, na Irlanda, e começar uma nova fase de minha vida, com frio, leprechauns e pubs, rsrs.

Mesmo tendo viajado muito no tempo que morei na Europa, infelizmente, conheço muito pouco o Brasil – talvez por falta de oportunidades, tempo e até dinheiro (como muitos sabem, as viagens dentro do país podem sair caras, se não forem planejadas). Mas, sempre que posso, tento conhecer um lugar novo no nosso país ou voltar ao Rio de Janeiro, que amo. E, foi por isso que eu e minha amigas escolhemos passar a virada do ano em Paraty. Além de não conhecer a cidade e suas redondezas, o réveillon é o terceiro evento da cidade (atrás apenas da Festa Literária Internacional de Paraty – Flip, e do Carnaval).

Ficamos cinco dias na cidade. É um tempo legal para conhecer algumas das belas praias de Paraty, Trindade e as cachoeiras da região.

A cidade sozinha, com seus mais de 300 anos, já é um encanto. As casinhas coloridas, as igrejas, o centro histórico e as ruas com pedras “pé-de-moleque”, onde não é permitido passar carros, só as carroças, que levam o turista por um tour na cidade, e que dividem o caminho com quem mora, trabalha ou passeia pelo local, é uma atração própria da cidade.  Alias, passear pelo centro histórico pode até ser “perigoso”, rsrs. É necessário prestar muita atenção por onde esta pisando, pois as pedras das ruas são muito irregulares – mas, isso é só um detalhe. A arquitetura do local e a forma como os imóveis e as ruas foram preservados, faz com que a dificuldade que pode ser andar por essas ruas seja perdoada, rsrs.

Eu fiquei hospedada em um hostel no centro histórico, com boa localização e perto da rodoviária (é sempre importante verificar a localização do hostel ou hotel quando for viajar). Por estar em um local muito bom e ter feito amizade com os funcionários do hostel (isso é muito importante também, rsrs), meu passeio histórico foi feito aos poucos. Não fechamos com nenhum guia mas, na praça da igreja tem muito deles, oferecendo tours pelo centro histórico, ou a pé, ou de carroça. Em meio dia é possível fazer esse passeio.

No centro histórico da cidade conheci a Igreja Matriz e sua praça, a Igreja de Santa Rita, a antiga Cadeia Pública, o Fórum e, um pouco mais distante do centro histórico, visitei o Forte de Paraty. Mas… muitos dos pontos turísticos estavam fechados para restauração, então só conheci por fora. No centro também tem bares e restaurantes legais e as lojas de souvenir.

Agora vou abrir um parênteses, rsrs. Na lua cheia, a maré “invade” a cidade. Quando eu estava lá, isso aconteceu. É muito legal. As ruas ficam cheias de água, uma pequena “Veneza”, rsrs. É por isso também que as casas do centro são todas com entradas “altas”.

Como já falei, estávamos hospedadas em um hostel no centro histórico e podemos visitar os pontos turísticos da cidade aos poucos. E, por isso, reservávamos nossos dias para conhecer praias ou cachoeiras diferentes.

No primeiro dia de viagem, fomos para as praias do Rancho, de Fora e do Cepilho, em Trindade. Pegamos um ônibus na rodoviária de Paraty para Trindade e descemos na altura da Praia do Rancho, onde passamos a tarde em baixo de uma árvore, na sobra e com um mar lindo e calmo – parecia piscina – na nossa frente. Da Praia do Rancho, fomos caminhando pela areia, passamos pala Praia de Fora e chegamos à Praia do Cepilho, onde tem ondas e surfistas. O caminho entre as praias é lindo, cheio de pedras e um mar azulzinho.

No dia seguinte fomos visitar as cachoeiras do Escorrega (ou da Penha) e da Jamaica. Pegamos um ônibus na rodoviária para Penha e descemos no ponto da cachoeira. Na Cachoeira do Escorrega tem uma pedra muito grande que as pessoas escorregam nela, mas como é bastante conhecida, é muito cheia, eu não curti tanto. Já a Cachoeira da Jamaica é mais calma, não tinha quase ninguém e é bem gracinha também. As duas cachoeiras são perto. Saímos da Cachoeira do Escorrega e fomos andando pela estrada até à Jamaica. Para chegar às duas cachoeiras há uma pequena trilha, mas é bem fácil de fazer.

Perto da Cachoeira do Escorrega, esta localizado o acesso do Caminho do Ouro, famoso caminho por onde “passava” o ouro que era trazido de Minas Gerais para Paraty. Estava muito calor nesse dia e não animamos de fazer esse passeio, preferimos conhecer as cachoeiras, rsrs, mas, falam que vale a pena.

Além de cachoeiras e da bela Mata Atlântica preservada, na região também há restaurantes “caseiros”, fazendas históricas e alambiques. Neste dia, almoçamos em um desses restaurantes e conhecemos o alambique Engenho d’ Ouro, que faz uma cachaça premiada e muito gostosa.

No terceiro dia de passeio, fomos conhecer a Praia de São Gonçalo. Também pegamos o ônibus na rodoviária para chegar lá. Não achei que vale tanto a pena assim conhecer essa praia. Apesar de o lugar ser lindo, com uma mata incrível nos arredores da praia e com um pequeno rio que tem que atravessar para chegar perto do mar – a “travessia” pode ser feira andando pela água mesmo ou de barquinho (1 real), dependendo da maré -,  a praia estava muito cheia, com uma música alta e bem suja. Sem dúvida, Paraty e a região têm praias ou cachoeiras que valem mais o passeio.

Ahh… da praia de São Gonçalo saem barquinhos para a Ilha dos Pelados, mas acabamos não indo para a ilha.

No outro dia, fomos para uma das praias mais bonitas da região, a Praia do Sono. Para chegar à praia, fizemos uma trilha de uma hora. A trilha não é tão difícil, mas considerando que eu estou bem enferrujada, fiquei cansada, rsrs.  Mas, vale a pena. A praia é linda, com o mar azulzinho. E, quem não tiver pique para fazer a trilha, tem barquinhos que saem do Condomínio das Laranjeiras e levam para a praia. Falam que ir ou voltar de barquinho é a melhor opção, pois a vista é linda. O passeio de barquinho custa 30 reais por pessoa.

Ahhh… a Praia do Sono também é famosa pelo Réveillon. Muitas pessoas vão para lá acampar e passar a virada do ano. É um passeio mais alternativo, para quem gosta de acampar e não tem frescura. Os campings têm chuveiros e alguns até cozinha. O valor depende da época do ano.

Para chegar à Praia do Sono é só pegar um ônibus na rodoviária que vai até Laranjeiras.

As últimas praias que vistamos, no outro dia, foram as praias do Meio e do Cachadaço e também a Piscina Natural do Cachadaço, em Trindade. São lindas!! Essa região e a Praia do Sono foram os meus lugares preferidos na viagem. As praias do Meio e do Cachadaço são mais cheias de pedras, diferente da Praia do Sono, que é mais “aberta”, com a costa maior.


Para chegar nessas praias é só descer no último ponto que o ônibus, sentido Trindade, parar (também pega o ônibus na rodoviária de Paraty). Chegando lá, aproveitamos um pouco a Praia do Meio, subimos nas pedras e curtimos a linda visão do local. De lá, fizemos uma pequena trilha e chegamos à Praia do Cachadaço, onde ficamos por um tempo também e continuamos a fazer a trilha, até a Piscina Natural do Cachadaço. Um lugar lindo, mas, pela época do ano e por ser bem famosa, estava muito cheia. Mas vale a visita. Imagino que em baixa temporada, seja melhor ainda.

No último dia da viagem, tínhamos pouco tempo, então demos mais uma volta pela cidade e fomos um pouco à Praia do Jabaquara, em Paraty. As praias do “centro” de Paraty não são tão bonitas. Mas, achei a Praia do Jabaquara interessante. A praia é bem curtinha e, depois da areia, tem tipo um “parque”, com gramadinho e árvores. É gostoso passar um tempo lá.

Outra praia de Paraty é a do Pontal, onde passamos o Réveillon. Também não é uma praia linda, mas, a virada do ano lá foi legal.

Ahhh… não falei ainda como foi a festa de ano novo. Jantamos em um restaurante no centro da cidade (é importante jantar cedo, porque muitos restaurantes fecham antes da meia noite e os que oferecem ceia, cobram valores muitoooooo altos). Depois de jantar, fomos para a Praia do Pontal. De lá dava para ouvir o show que teve na praça, ver os fogos e pular as ondinhas que, na verdade, tinham 4 centímetros, rsrs, mas o que vale é a intenção.


Paraty é uma cidade linda e com passeios muito legais, pelo menos, para quem gosta de verão, sol, praia e cachoeira. Achei uma cidade meio “romântica”, com muitos casais, mas quem vai com turma de amigos, a viagem também é incrível. O réveillon na cidade é bem legal, porém, confesso que fiquei com vontade de passar a virada na Praia do Sono. O clima de lá é demais.

Particularmente, acho que vale a visita para Paraty, Trindade e região em qualquer época do ano.

Até mais.

Texto e fotos by Flávia Pigozzi.

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