Natureza + Aventura = Chapada Diamantina – Capítulo Final

Olá, companheiros Viveajantes! Como diria o velho filósofo, “o que é bom dura pouco”… estou dizendo isso porque vamos relatar nossos últimos e inesquecíveis momentos nesse lugar ímpar que é a Chapada Diamantina… mas, com certeza, isso não é um “adeus” mas sim um “até logo”…
Deixamos para o último episódio dessa nossa aventura a visita ao “cartão postal” da Chapada Diamantina, que é o Morro do Pai Inácio… podemos dizer que visitar a Chapada e não conhecer o Pai Inácio é o mesmo que ir a Paris e não subir na Torre Eiffel, ou, o mais popular “ir a Roma e não ver o Papa”…
Com certeza o melhor momento para subir o Pai Inácio é no final da tarde, contudo, eu e a filhota preferimos encará-lo no início da tarde com sol a pino, pois na minha opinião, é melhor conhecê-lo primeiro para depois desfrutar de um pôr do sol que dizem ser fantástico, no cume, e encarar uma descida no breu.
Partindo de Lençóis, o morro do Pai Inácio está a cerca de meia hora de carro… é um passeio que você pode fazer sem guia, é só prestar atenção quando chegar à rodovia BR-242.
Siga a paisagem pois o Pai Inácio é bem visível da rodovia, portanto, fique atento e você verá uma entrada à direita assim que passá-lo… é pegar um acesso que leva a uma estrada de terra e percorrer alguns quilômetros (cerca de 3 a 5 km) e chegará ao final da estradinha onde fica o “pé” do Pai Inácio… não tem o que errar.
A entrada para a estradinha de terra é sinalizada (uma bifurcação bem visível da rodovia), o trecho é tranquilo e a estrada está em boas condições, ao menos na estação seca (com chuva talvez a coisa seja mais complicada). No final dela existe uma guarita com funcionários que te dão orientações de segurança e dicas para uma escalada tranquila… ah, você paga uma pequena taxa para entrar (alto em torno de R$ 5,00 a título de manutenção do Parque). Agora é só assinar o livro de visitas e partir para a aventura.
A “escalada” dura em torno de meia hora… o caminho é íngreme porém de uma beleza ímpar… desfrute ao máximo, caminhe devagar e aprecie a paisagem… devagar você chega ao topo sem problemas, e afinal, para que pressa não é?
Ir à Chapada Diamantina e não conhecer o Pai Inácio é uma heresia. É do topo desse morro com 1.120 metros de altitude e 250 metros de altura que se tem a visão mais completa e bonita da Chapada, entre elas, a da serra do Sincorá.
Sua flora, composta por bromélias, orquídeas, cactos e musgos, encontra os lugares mais improváveis para se desenvolver, como as fissuras das rochas.
”O Morro do Pai Inácio, além de ser uma das atrações mais visitadas da Chapada Diamantina, é também sinônimo de lendas e mistérios na região. Os antigos contam que o nome de originou a partir de uma história que um escravo teve um romance com uma filha de um rico fazendeiro e o namoro resultou numa gravidez. O escravo, com medo da intolerância da época, fugiu para o morro e do alto pulou com um guarda chuva aberto, desaparecendo assim, para sempre.”
A paisagem é tão linda que você termina a trilha sem atropelos e quando se dá conta já está sentindo o vento forte e fresco que predomina no topo do Pai Inácio… num primeiro instante aconselho a não se aproximarem muito das bordas pois o vento pode lhe tirar o equilíbrio e aí é acidente na certa, portanto, aproveitem o cenário sem relaxar com a segurança.
A vista é simplesmente fantástica… você vislumbra boa parte do Parque e a Serra do Sincorá e seu “mar de morros”… se puder, aprecie o pôr-do-sol lá do alto… você não vai se arrepender.
Outra atração que não devem perder é a visita ao rio Mucugezinho e o Poço do Diabo, passeios muito tradicionais para quem visita a Chapada.
Partimos de Lençóis pela manhã e seguimos a estrada até a rodovia onde entramos à esquerda na bifurcação (mesmo caminho para o Morro do Pai Inácio, porém um pouco mais perto)… você roda por cerca de uns 10 minutos e encontra uma lanchonete à direita (se não me engano existe uma placa indicando o rio Mucugezinho), encosta o carro e de lá mesmo segue uma trilha bem demarcada.
A trilha para o Mucugezinho começa nos fundos de um restaurante à beira da rodovia… é só entrar e também aproveitar para apreciar (e quem sabe comprar) belas peças de artesanato expostas e à venda.
Você dá alguns passos e já está na beira do rio, que apesar do pouco volume de água devido à estiagem da época, é muito bonito… logo dá vontade de um mergulho…
É um lugar muito gostoso para passar o dia, pois além do restaurante ainda encontramos na trilha, à beira do rio, um bar com mesas e bancos onde pode-se apreciar a paisagem se refrescando com uma cervejinha bem gelada… e de quebra, alguns petiscos… mas, primeiro vamos caminhar e deixar a gelada para a volta… com certeza vai descer bem mais “redonda”…
Apesar do percurso até o Poço do Diabo não ser longo, com certeza levará um bom tempo até você chegar lá… fique tranquilo porque isso aconteceu comigo e tem uma explicação… a beleza do lugar é tão grande que praticamente o hipnotiza… não tem como não parar por diversas vezes para fotos ou simplesmente para contemplar uma natureza tão exuberante… portanto, não tenha pressa e aproveite.
O rio com baixo volume d’água, devido à seca na região, proporciona uma visão bem legal de seu leito rochoso, muitas pedras soltas, de diversos tamanhos e formatos formam um cenário bem bacana de ser apreciado.
Além do rio propriamente dito, com suas águas transparentes descendo por corredeiras e esculpindo o seu belo leito rochoso, ao seguir a trilha você observa muitas coisas legais no caminho… a flora e a fauna da Chapada é um cenário que dispensa apresentações e você, com calma, certamente vai perceber, se maravilhar e registrar em vários e vários cliques… portanto, aproveite essa paisagem magnífica e curta ao máximo esse privilégio de estar fazendo parte dessa natureza encantadora.
Depois de “enésimas” paradas para fotos ou mera contemplação, conseguimos chegar ao nosso destino: o Poço do Diabo… belo visual para mais e mais cliques………
“A pergunta mais frequente de quem visita o local é: por que a cachoeira do Diabo tem esse nome? Ninguém entende o motivo de um lugar tão bonito ter sido batizado assim. Segundo os guias da região, há muitos anos havia uma superstição em torno da cachoeira. Dizem que quem caía na garganta da cachoeira só aparecia no poço no dia seguinte. Por isso, o local começou a ser considerado maldito e ganhou esse nome.”
O fato de os corpos desaparecerem, de acordo com os guias, deve-se à alta concentração de ferro da água do poço, responsável também pela coloração escura da água. A profundidade do poço varia de 2 metros a 4 metros, onde a cachoeira cai chega a 5 metros. O local é ideal para mergulhar e nadar. Logo abaixo do poço há uma pedra com 22 metros de altura onde pratica-se rapel.
E para nos despedirmos desse lugar lindo que é o vale do rio Mucugezinho, nada melhor que apreciar o visual e, para não dizer, a elegância de um habitante local… um verdadeiro nativo da Chapada.
E então companheiros Viveajantes… espero sinceramente que tenham gostado dessa nossa trilogia e que a narrativa dessa aventura tenha servido para abrir um espaço em suas agendas e reservar a Chapada como um lugar a ser visitado.
Se vocês gostaram então imaginem que tudo o que aqui foi relatado não é nem 1% do que a Chapada Diamantina tem a oferecer…a inda faltou muita, mas muita coisa a ser visitada e explorada… por isso me despeço com um “até logo” pois em breve, se o Divino assim me permitir, estarei de volta para ver e rever toda essa natureza que é, no mínimo, exuberante.
E é com esse entardecer maravilhoso que me despeço da bela cidade de Lençóis, que tão bem nos recebeu e nos proporcionou dias e noites fantásticas.
Um grande abraço a todos os amigos Viveajantes e, desde já, convido-os para a próxima aventura… portanto, não deixem de seguir o nosso blog pois, afinal, ele foi feito para aqueles que “vivem a viajar e para viajar”.
Até breve…TCHAU…………..
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Texto e fotos by Júlio Araujo
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